A inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,56% em outubro, superando as expectativas de analistas, que projetavam uma alta de 0,53%.
O avanço foi impulsionado principalmente pelo aumento nos preços de energia elétrica residencial, no grupo de habitação, e pela elevação no custo das carnes, que resultou em alta no grupo de alimentação e bebidas. Esse aumento nos preços das carnes atingiu o maior patamar desde 2020.
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Inflação em 12 meses avança para 4,76%
Com o novo dado, o IPCA acumulado nos últimos 12 meses acelerou de 4,42% para 4,76%, acima da projeção do mercado, que estimava 4,72%. Esse nível de inflação ultrapassa o teto da meta estipulada pelo Banco Central para 2024, de 3%, reforçando a justificativa para a política monetária de alta de juros, utilizada pelo BC para controlar o avanço inflacionário.
Pressão fiscal e corte de gastos
Além da inflação, o mercado segue atento ao pacote de cortes de gastos do governo, prometido para esta semana, mas que foi adiado para a próxima.
Segundo o Itaú, um corte mínimo de R$ 35 bilhões seria necessário para atender às expectativas do mercado e reduzir o risco fiscal. Rumores indicam que o governo estaria planejando um corte menor, entre R$ 10 e R$ 15 bilhões, o que gerou reações negativas nos investidores.
Ontem, diante da perspectiva de um corte aquém do esperado e do atraso na apresentação do pacote, o Ibovespa recuou fortemente, fechando em queda de 1,5%, abaixo dos 128 mil pontos. Juros futuros também subiram, refletindo tanto o impacto do IPCA quanto a incerteza fiscal.
Desempenho dos mercados
Apesar do clima de cautela, algumas empresas contribuíram para aliviar a queda do índice. Embraer, Magazine Luiza e Vivara apresentaram resultados acima das expectativas de analistas, o que garantiu valorizações de 7%, 4% e 2,5%, respectivamente.
No cenário internacional, as bolsas norte-americanas fecharam em alta: o Dow Jones subiu 0,62%, o S&P 500 avançou 0,39%, e o Nasdaq fechou com leve ganho de 0,04%.