O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, encerrou novembro com queda de aproximadamente 3%, marcando o terceiro mês consecutivo de retração. Apesar da alta de 0,86% no último pregão, que levou o índice a 125.650 pontos, os investidores demonstraram frustração com o pacote fiscal apresentado nesta semana.
A proposta, que havia gerado expectativas, trouxe projeções consideradas tímidas pelo mercado. O governo indicou um corte de gastos de R$ 71,9 bilhões nos próximos dois anos, mas analistas já alertam para o risco de “desidratação” do projeto.
Dólar atinge máxima histórica
O dólar comercial fechou o mês a R$ 6, registrando a maior cotação de fechamento da história. Durante o pregão, a moeda americana chegou a R$ 6,11, atingindo sua máxima intradiária. A disparada reflete, em parte, a incerteza sobre a execução das medidas fiscais e o impacto nos juros futuros.
Revisões de projeções econômicas
O cenário fiscal pressionou instituições financeiras a revisar suas projeções para a economia brasileira. O JP Morgan, maior banco de investimentos do mundo, atualizou sua estimativa para a taxa Selic em 2025, projetando um patamar de 14,25% ao ano. Já o BTG Pactual prevê cortes de gastos de R$ 46 bilhões até 2025, abaixo dos R$ 71,9 bilhões anunciados pelo governo.
Além disso, a promessa de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais deve ser tratada separadamente, devido ao impacto fiscal. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, destacou a necessidade de ajuste fiscal sem onerar ainda mais a população.
Bolsas nos EUA retomam ganhos
Nos Estados Unidos, os principais índices acionários fecharam em alta após o feriado de Ação de Graças. O Dow Jones subiu 0,42%, o S&P 500 avançou 0,56%, e o Nasdaq, focado em tecnologia, registrou alta de 0,83%.