O dólar registrou alta pelo quarto dia consecutivo e fechou acima de R$ 6 pela primeira vez na história nesta sexta-feira (29). A moeda encerrou o pregão cotada a R$ 6,0012, com alta de 0,20% no dia e acumula valorização de 3,21% na semana.
A alta foi influenciada por preocupações com as medidas fiscais do governo, que aumentaram o prêmio de risco, e fatores técnicos, como a rolagem de contratos futuros e a disputa pela formação da última taxa Ptax do mês.
Escalada do dólar e resposta do governo
A moeda americana começou o dia em alta e ultrapassou o patamar de R$ 6 logo nos primeiros minutos de negociação, atingindo a máxima de R$ 6,1155 ainda pela manhã. Apesar de uma recuperação pontual ao longo do dia, motivada por sinais de compromisso fiscal vindos do Congresso, o dólar voltou a subir no final do pregão.
Arthur Lira, presidente da Câmara, e Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, afirmaram que novas isenções fiscais, como a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, não devem ser apreciadas antes de 2025. Essas declarações aliviaram temporariamente a pressão sobre os mercados.
Investidores avaliam cenário e impactos
Especialistas apontam que a recente volatilidade do câmbio é reflexo do atraso no anúncio do pacote fiscal e da falta de clareza sobre o compromisso do governo com o controle de gastos.
Em entrevista ao Estadão Broadcast, Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, a sinalização passada ao mercado foi de descuido com a responsabilidade fiscal, o que elevou o estresse no mercado financeiro.