Em meio aos impactos de uma possível recessão nos Estados Unidos e do comportamento da inflação no Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) começahoje(25) a sétima reunião do ano para definir a taxa básica de juros, a Selic. Amanhã (26), ao fim do dia, o Copom anunciará a decisão.
É quase consenso no mercado que a Selic deverá permanecer em 13,75% ao ano e de que o comunicado do Copom deverá trazer poucas novidades.
Os dados desde o último Copom foram, na visão da XP, balanceados para a dinâmica inflacionária. O IPCA registrou sua terceira deflação seguida em setembro e as expectativas caíram para 2022 e 2023, apesar da atividade forte e depreciação do câmbio. “Nossas simulações replicando o modelo do Copom indicam recuo da projeção do IPCA de 2022, de 6,0% para 5,7%
2023, estável em 4,6%.”
As informações fazem parte de relatório divulgado hoje pela consultoria. “Esperamos manutenção da taxa Selic em 13,75% nesta reunião e comunicado que acompanha a decisão praticamente inalterado”, aposta a XP.
Em entrevista à Agência CMA, a economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitória, concorda com a manutenção da Selic. “A expectativa é pela decisão de manutenção de juros. É um consenso de mercado: esta reunião deve trazer poucas novidades. Até mesmo por ser a última semana antes das eleições. Existem muitas dúvidas sobre as questões fiscais para 2023”, completou.
Vitória acredita que a reunião será de uma decisão fácil. Para ela, a Selic será mantida no atual patamar ainda por um bom tempo.
Segundo a edição mais recente do boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado, a Selic deverá ser mantida em 13,75% ao ano pela segundavez seguida. Os analistas de mercado esperam que a taxa permaneça nesse nível até meados de 2023.
Na ata da última reunião, os membros do Copom indicaram que pretendiam manter a Selic, mas não excluíram a possibilidade de novos reajustes, caso a inflação persista no médio prazo. No menor nível da história até março de 2021, quando estava em 2% ao ano, a Selic foi reajustada sucessivamente até chegar a 13,75% ao ano em agosto. Em setembro, a taxa foi mantida nesse nível.
Para 2022, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2% e o superior é 5%. Os analistas de mercado consideram que o teto da meta será estourado pelo segundo ano consecutivo.Copyright 2022 – Grupo CMA
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