Na sessão de hoje (23), os juros futuros no Brasil permaneceram estáveis, sem referência dos negócios em Wall Street devido ao feriado de Ação de Graças nos EUA. A liquidez reduzida e a agenda local esvaziada resultaram em oscilações pouco expressivas, mantendo as taxas próximas aos ajustes anteriores. Esse cenário foi marcado por movimentos ora com viés de alta, ora de queda ao longo do dia.
Comportamento dos juros e análise de especialistas
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 encerrou em 10,495%, mantendo-se estável em relação ao ajuste anterior. Enquanto isso, o DI para janeiro de 2026 subiu de 10,22% para 10,24%. O mercado acompanhou ainda o DI para janeiro de 2027, que fechou em 10,37% (de 10,35% no último dia), e o DI para janeiro de 2029, em 10,79% (de 10,75%).
André Alírio, gerente de Renda Fixa e Distribuição de Fundos da Nova Futura Investimentos, destacou que em dias com liquidez limitada, como o observado, os agentes tendem a adotar uma postura mais cautelosa. Entretanto, diante do contexto atual, as taxas permaneceram controladas, influenciadas pela diminuição das pressões sobre a curva devido à recente estabilidade nos Treasuries e à queda no preço do petróleo. Alírio alerta para possíveis volatilidades diante da questão fiscal em pauta.
Incertezas políticas e impactos econômicos
A movimentação em Brasília também não foi capaz de guiar as taxas. O cancelamento da sessão conjunta do Congresso, devido ao impasse sobre os vetos do presidente Lula a pontos do arcabouço fiscal e à retomada do “voto de qualidade” no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), contribuiu para um ambiente de incerteza. A expectativa é de retomada dessas discussões na próxima terça-feira.
Outro tema relevante é a desoneração da folha de pagamentos. O prazo para a decisão do presidente Lula sobre a prorrogação da medida para os 17 setores que mais empregam no país encerrou-se hoje, gerando dúvidas sobre a capacidade do governo em aprovar medidas que aumentem as receitas e controlem os gastos, fundamentais para a busca pelo equilíbrio fiscal, conforme destacado por Gino Olivares, economista-chefe da Azimut Wealth Management.
Leilão do Tesouro e resultados
Mesmo sem a referência de Nova York, o Tesouro Nacional teve sucesso no leilão de prefixados nesta quinta-feira, vendendo integralmente os lotes de 11 milhões de LTN e 1,5 milhão de NTN-F, com taxas alinhadas às expectativas do mercado.
Com informações do Broadcast
Imagem: Piqsels