O dólar comercial fechou em alta de 0,05%,cotado a R$ 5,2130. O real operou descolado do cenário global, refletindo o intenso fluxo estrangeiro e os resquícios da euforia com a nova composição do Congresso, alinhada à centro-direita.
Segundo o head de tesouraria do Travelex Bank, Marco Weigt, “o primeiro turno retirou parte do risco, especialmente pelo perfil da votação no Congresso, o que torna muito difícil que o candidato eleito tome medidas radicais”.
Weigt entende que “nossos juros ainda fazem com que o humor global não afete o real, a não ser que o mercado se estresse muito”.
De acordo com a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, “havia uma expectativa, na leitura de agosto, que a taxa de desemprego pudesse começar a aumentar por conta da elevação da oferta de mão-de-obra, com uma propensão da população norte-americana voltar a buscar postos de trabalho com as expectativas de que aquela poupança que foi montada com os benefícios concedidos pelo governo (presidente dos Estados Unidos) Joe Biden, durante a pandemia, estivesse chegando ao fim e aumentando a propensão da população procurar emprego”.
Abdelmalack entende que desacelerar a inflação nos Estados Unidos será complicado: “A gente já tinha visto declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) com esta constatação desta resiliência do mercado de trabalho que é um dos impeditivos para o cenário inflacionário no país”, contextualiza.
Para o analista da Ouro Preto Bruno Komura, “o payroll não agradou os mercados, e os os dados de desemprego vieram abaixo da expectativa”. Em setembro, a taxa de desemprego foi a 3,5% ante previsão de 3,7%, enquanto foram gerados 315 mil postos de trabalho, muito acima das projeções de 255 mil.
“Os mercados no exterior reagiram muito mal, enquanto localmente os mercados se seguraram bem (bolsa) no câmbio e nos juros vemos que o mal humor está prevalecendo”, analisa Komura.
Paulo Holland / Agência CMA
Imagem: piqsels.com
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