O Bank of America (BofA) elevou suas estimativas para a Cielo pois acredita que o forte impulso dos lucros e a avaliação com desconto devem sustentar o desempenho superior contínuo da companhia. Com isso, passou a recomendar a compra da ação, ante recomendação neutra anterior, e aumentou o preço-alvo para R$ 7,4, de R$ 5,6.
Segundo a análise, a Cielo acumula alta de 135% no acumulado do ano, superando o Ibovespa (+12%), uma vez que o impulso dos lucros da companhia surpreendeu, desencadeado por venda da MerchantE,crescimento de receita acima do esperado com repactuação bem-sucedida e ganhos de eficiência.
No entanto, os analistas esperam que o teto recentemente anunciado nas taxas de intercâmbio de cartões de débito e pré-pagos leve a uma rodada de revisões ascendentes das estimativas de ganhos em 2023 – o BofA cita previsão de alta de 35% em lucro por ação (EPS) em 2023.
O relatório considera a avaliação atrativa em 7,4x 2023E P/E, bem abaixo da média histórica da Cielo de 11 vezes e, com isso, aumenta as estimativas para 2023, 17% acima do consenso e das suas estimativas anteriores de lucro líquido para R$ 1,5 bilhão, R$ 2,0 bilhões e R$ 2,1 bilhões para 2022, 2023 e 2024, altas de +8%, +32% e +27% versus as suas estimativas antigas e de +76%, +35% e +9%.
“Nossa nova estimativa para 2023 agora incorpora o teto recentemente anunciado das taxas de intercâmbio nas transações com cartão a partir de abril do próximo ano e está 17% acima do consenso da Bloomberg. Estimamos que as novas medidas levarão a um impacto líquido positivo de R$ 230 milhões no resultado da Cielo em 2023, considerando menores custos de intercâmbio na aquisição (cartões de débito e pré-pagos), parcialmente compensados pela perda de receitas de pré-pagamento nas operações pré-pagas e menores receitas de intercâmbio para Cateno”, escreveram os analistas.
“O novo preço-alvo reflete nossa nova estimativa de EPS 2023 de R$ 0,72 (de R$ 0,55), enquanto nossa meta de P/L permanece 10x, que é meio desvio padrão abaixo a média histórica, refletindo o ambiente de altas taxas. Ela também sugere um potencial de valorização de 35% em relação ao preço atual”, explica a análise.
Os principais riscos para a avaliação são taxas acima do esperado, que podem pressionar os custos de captação, e preços mais competitivos do setor, que podem pressionar o rendimento da receita.
Cynara Escobar / Agência CMA
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