O dólar fechou em alta de 0,44%, cotado a R$ 5,2100. Além do temor de uma recessão global, a moeda refletiu a animação do mercado com as alianças políticas formadas para o segundo turno das eleições presidenciais brasileiras.
De acordo com o sócio-fundador da Pronto! Invest, Vanei Nagem, “o dia está esvaziado, com o mercado aguardando o nível de agressividade dos presidenciáveis a partir da próxima semana”.
“Caso o Lula confirme o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, o mercado iria gostar muito, com a confirmação da continuidade de uma agenda liberal”, opina Fraga.
Para o analista-sócio da Ajax Capital, Rafael Passos, “o resultado do emprego nos Estados Unidos reforça uma aceleração e faz com que o mercado comece a enxergar um Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) menos hawkish (duro, propenso ao aumento dos juros”.
Ainda assim, Passos acredita em um aumento na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), e explica que o mercado agora prevê uma taxa terminal dos juros em 4,35%, abaixo dos 4,75% previstos anteriormente.
“O fator político tem influenciado. Isso gera uma volatilidade, mesmo com o quadro se desenhando mais favorável, com a agenda fiscal e continuidade das reformas favorecidas”, contextualiza Passos.
Para o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, o câmbio reflete mais o Brasil que o cenário externo: “As alianças políticas de ambos os candidatos vão se concretizando, e as eleições caminham para uma condução relativamente mais saudável”, analisa.
Sanchez acredita que o número de pedidos do seguro-desemprego nos Estados Unidos, que foi a 219 mil na semana encerrada em 1 de outubro (as projeções eram de 203 mil), estão em linha com as expectativas, e que o problema no país é a inflação, que deve ser o foco do Fed.
Paulo Holland / Agência CMA
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