O dólar comercial fechou em alta de 0,34%, cotado a R$ 5,1870. O movimento de hoje foi de maior aversão global ao risco, com o temor crescente de uma recessão mundial, além das expectativas para a próxima reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que tende a manter sua postura hawkish (severa, propensa ao aumento dos juros).
O economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, acredita que “desde segunda estamos vendo uma correção de excesso do risco local. O real está depreciando menos que os pares, com o aspecto político ainda positivo”.
Borsoi entende que no cenário macroeconômico os Estados Unidos são “a roupa menos suja na lavanderia”, e que isso é preocupante, já que a economia daquele país segue aquecida, o que reforça a expectativa por um Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) mais incisivo.
Segundo o analista da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura, “hoje o dólar ganha força globalmente, e apresenta uma correção. Os sinais de aquecimento nos Estados Unidos aumentam as expectativas com o Fed”.
Para a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, “os dados de emprego mostram que a economia norte-americana segue aquecida e aumenta as expectativas para a próxima reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e reforça o viés de alta do dólar”.
De acordo com o relatório da Automatic Data Processing (ADP) e Macroeconomic Advisers foram criadas 208 mil vagas nos Estados Unidos em setembro. A expectativa ficou ligeiramente acima das projeções de 200 mil vagas, e o indicador exclui o setor rural.
Abdelmalack, contudo, acredita que o real segue descolado do exterior, beneficiado pelo fluxo estrangeiro. A moeda brasileira, contudo, deve mostrar forte oscilação até a definição das eleições presidenciais que ocorrem no próximo dia 30.
Paulo Holland / Agência CMA
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