A Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgada nesta terça-feira (21) aponta que os bancos revisaram para baixo, mais uma vez, a projeção de crescimento do crédito no Brasil para o ano de 2023. A estimativa, que estava em 7,6% no final de 2022, agora é de 7,4%.
Cenário atual
De acordo com a pesquisa, a expectativa para o crescimento do crédito livre em 2023 caiu de 6,4% para 6,1%. O crédito livre às empresas teve uma redução significativa, passando de 2,3% para 1,3%. Já na carteira livre para pessoas físicas, a projeção aumentou de 9,1% para 9,5%. Na carteira direcionada, a projeção também diminuiu, passando de 9,2% para 8,8%, com quedas tanto para empresas (de 7,3% para 6,9%) quanto para pessoas físicas (de 10,2% para 9,8%).
Perspectivas para 2024
No entanto, as expectativas para 2024 apresentam uma melhora. A projeção geral passou de uma alta de 8,1% para uma alta de 8,3%. Destaca-se o otimismo na carteira direcionada, com a expectativa de crescimento subindo de 7,8% para 8,5%, enquanto na carteira livre, a projeção caiu de 8,4% para 8,2%.
Análise de Rubens Sardenberg
Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban, comenta: “A pesquisa aponta uma revisão para baixo na expectativa de crescimento do crédito em 2023, refletindo números ainda modestos observados. No entanto, a melhora nas expectativas para 2024 sugere uma retomada do mercado de crédito, impulsionada pela queda da taxa de juros e da inadimplência, especialmente nas carteiras voltadas para as famílias.”
Cenário de juros
A pesquisa revela que 88,2% dos bancos consideram adequada a sinalização do Copom sobre novos cortes de 0,5 ponto percentual na taxa Selic nas próximas reuniões, mesmo com a piora do cenário externo. A previsão é que os juros encerrem 2023 em 11,75% ao ano e caiam para 9,75% em 2024. Mais da metade dos bancos (52,9%) espera uma Selic acima de 9,25% ao ano no final do ciclo de cortes.
Conclusões e desdobramentos
Diante desses dados, investidores devem monitorar de perto a evolução do mercado de crédito, considerando a influência da taxa de juros e inadimplência nas projeções. A expectativa positiva para 2024 pode indicar oportunidades de investimento, especialmente em setores impactados pelo crédito direcionado.
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