O Bank of America (BofA) mostrou visão positiva para a TIM após notícias divulgadas essa semana envolvendo a empresa e reiterou a recomendação de compra para a ação com preço-alvo de R$19, diante da expectativa de que os anúncios possam destravar valor para a companhia no futuro.
Da Itália, veio a informação de que a estatal italiana Cassa Depositi e Prestiti (CDP), que detém 10% da Telecom Italia (TI), dona da TIM Brasil, apresentará uma oferta pela rede fixa da TI até o final de outubro. O maior acionista da TI, Vivendi, supostamente está procurando uma avaliação de 31 bilhões de euros, mas de acordo com um relatório da Bloomberg, a oferta final pode ficar abaixo de 20 bilhões de euros.
A CDP detém 9,8% do capital social ordinário da Telecom Italia e 60% da Open Fiber. O conselho da Telecom Italia já aprovou a separação da infraestrutura, segregando-a na NetCo. O plano é separar dos serviços a rede de fibra óptica da Telecom Italia e unir com a infraestrutura da rival Open Fiber e fazer uma oferta pública de ações (OPA).
A vitória do partido de extrema-direita Fratelli dItalia (Irmãos da Itália), de Giorgia Meloni, no domingo, favorece o projeto. Para vencer as eleições, foi feita uma aliança com o Liga e o Força Itália – este último, de centro-direita, de Silvio Berlusconi. Ocorre que o arranjo requer negociação sobre o futuro da operadora.
O Irmãos da Itália reafirmou suas intenções de vender o negócio de serviços da TI, que inclui a TIM Brasil. Em ambos os casos, haveria uma separação entre os principais negócios de serviços e infraestrutura de banda larga da TI, mas com diferentes entidades sobreviventes sob a TI.
“No cenário inicialmente proposto pelo Irmãos da Itália, acreditamos que poderia desbloquear um prêmio para os acionistas minoritários da TIM Brasil com a potencial venda de suas operações. Em um cenário com a venda da infraestrutura de banda larga, a nosso ver, isso deve ajudar a TI a se desalavancar e, em última análise, dar mais liberdade para a TIM Brasil atingir uma estrutura de capital ideal”, escreveram os analistas do BofA.
David Wright, analista de Telecomunicações Europeias do BofA disse: “Não é óbvio como isso se encaixa com a nacionalização mais ampla do novo governo, mas há potencial para uma desalavancagem significativa da TI aqui e retornos de caixa potenciais para os níveis de avaliação mais altos. Os detalhes permanecem opacos.”
O BofA também considerou positiva a aprovação, pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), danova oferta da TIM para roaming no atacado, destinado a operadoras virtuais (mobile virtual network operator, ou MVNOs), como uma das soluções propostas para a conclusão da venda dos ativos móveis da Oi para TIM, Vivo e Claro, que incluem 5G.
“Desde a conclusão do negócio da Oi, a Anatel tem se manifestado sobre a criação de um ambiente competitivo melhor para os players menores e regionais, portanto, eram esperadas medidas corretivas. Embora os novos preços de referência acordados sejam mais competitivos do que os adotados pela TIM antes da aquisição, ainda são melhores para a empresa do que o proposto inicialmente pela Anatel.”
Cynara Escobar / Agência CMA
Imagem: divulgação
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