O Banco do Japão (BoJ) divulgou, nesta quarta-feira, a ata da reunião dos membros do banco, de 21 de julho. A decisão unânime dos membros foi a de manter a taxa de juros em -0,1%, e continuar com a compra de títulos do governo.
As economias do mundo vêm se recuperando como um todo, dos impactos da pandemia de Covid-19, com o aumento do consumo e do aquecimento do mercado de trabalho, especialmente nos Estados Unidos. O mesmo acontece no Japão, cuja economia também vem mostrando sinais de melhora, bem como o consumo privado e investimentos por parte das empresas, mas ainda sofre com os gargalos na cadeia de produção.
Ainda assim, há o receio do mercado com relação à riscos de recessão e desaceleração global no final do ano. “Com relação aos mercados financeiros globais, os membros compartilharam a visão de que o mercado permanece cauteloso porque há uma preocupação crescente com uma desaceleração na economia global, com aceleração do ritmo de redução da acomodação monetária, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, refletindo a continuidade da alta inflação globalmente”, diz a ata.
O BoJ afirma que a economia japonesa vai se recuperar do impacto da pandemia, mas também sofrerá com os impactos dos aumentos dos preços das commodities e com a incerteza da situação na Ucrânia. “Comparando as projeções acima com as do Relatório de Perspectivas de abril de 2022, os membros concordaram que a taxa de crescimento projetada para o ano fiscal de 2022 foi menor devido aos efeitos de fatores como a desaceleração das economias no exterior e a intensificação do lado das restrições de oferta”.
Os membros do banco, de acordo com o documento, concordaram em manter a taxa de juros a -0,1%, por conta do crescimento menor da economia no ano fiscal de 2022. Houve alguns deles que até sugeriram flexibilizar mais ainda as taxas de juros, para aumentar o investimento das empresas no país.
“No que diz respeito à orientação política para o momento, os membros concordaram que, embora monitorando de perto o impacto da Covid-19, o Banco apoiaria o financiamento, principalmente de empresas, manter a estabilidade nos mercados financeiros e não vai hesitar em tomar medidas adicionais de flexibilização medidas se necessário”.
Vanessa Zampronho / Agência CMA
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