O dólar ganhou força e já passa dos R$ 5,40. Os fatores são externos, com os mercados atentos especialmente aos Estados Unidos e Europa, que mostram dificuldades em controlar a inflação.
Para o sócio da Top Gain, Leonardo Santana, “enquanto o macro estiver assim, não vai ter jeito. Os juros a 4% até o final do ano nos Estados Unidos são já estão precificados, e a dúvida fica por conta dos aumentos no próximo ano”.
Santana não descarta uma intervenção do Banco Central (BC) “para dar uma refrescada no câmbio”, e entende que por mais que o mercado hoje esteja sendo guiado por fatores externos, uma vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já no primeiro turno seria prejudicial ao real, já que o candidato disse novamente que em seu governo não irá existir um teto de gastos, o que é visto com ressalvas pelo mercado.
De acordo com o sócio fundador da Pronto! Invest, Vanei Nagem, “a Europa é mais engessada que os Estados Unidos, já que as decisões são tomadas em bloco e nem sempre surtem o efeito desejado”.
Nagem entende que a semana tende a ser de alta para o dólar, e observa que o ano novo judaico, que acontece hoje, também gera menos liquidez aos mercados, e pontua que as eleições brasileiras, que ocorrem no domingo, também podem impactar os mercados.
De acordo com o boletim da Ajax Capital, “lá fora, continua o momento desfavorável para os ativos de risco, como ações, commodities e moedas dos emergentes. O principal fator desta baixa continua sendo o temor de uma recessão forte nas economias desenvolvidas, decorrente da elevação dos juros dos Treasury Bonds (título do tesouro dos Estados Unidos). No Brasil, ativos domésticos devem seguir a fraqueza observada nos mercados internacionais”.
Por volta das 14h38 (horário de Brasília), o dólar comercial subia 2,99%, cotado a R$ 5,4050 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em outubro de 2022 avançava 2,72%, cotado a R$ 5.412,00.
Paulo Holland / Agência CMA
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