O dólar acelerou o ritmo de alta. Além dos resultados ruins na Europa, os indicadores dos Estados Unidos apontam para uma economia que continua aquecida, o que torna ainda mais difícil a tarefa do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de controlar a inflação.
Para o analista da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura, “por mais que os dados tenham sido positivos, acima da expectativa do mercado, isso pode dificultar um pouco a missão do Fed de controlar a inflação. É inevitável que a gente tenha uma recessão nos Estados Unidos”.
Komura refere-se aos índices dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês), de setembro, que foram de 49,2 pontos (Serviços) e de 51,8 pontos (Indústria), ambos acima das expectativas de 45,3 pontos e 51,2 pontos, respectivamente.
“Além da política monetária cada vez mais restritivas dos bancos centrais, em especial o da Inglaterra, os PMI vieram muito ruins e devem fortalecer o dólar”, analisa Komura.
A estrategista de câmbio e economista do Banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli, entende que não havia sentido na queda do dólar nos últimos dias, e que o comportamento observado hoje é mais condizente com a realidade global.
O PMI industrial e de serviços da zona do euro foram 48,5 pontos e 48,9 pontos, respectivamente. Alemanha (45,4 pontos em serviços e 48,3 pontos na indústria) e Reino Unido (48,5 pontos na indústria e 49,2 pontos em serviços) também demonstraram fraco desempenho. Abaixo de 50 pontos, o indicador aponta para atividade econômica menos aquecida.
Apesar da boa performance durante a semana, Komura entende que o movimento de aversão global ao risco, observado hoje com mais intensidade, inevitavelmente irá afetar o real.
Por volta das 11h46 (horário de Brasília), o dólar comercial subia 2,40%, cotado a R$ 5,2360 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em outubro de 2022 avançava 2,23%, cotado a R$ 5.242,00.
Paulo Holland / Agência CMA
Imagem: piqsels.com
Copyright 2022 – Grupo CMA