A Bolsa interrompeu o movimento de quatro quedas e fechou em alta beneficiada pelas commodities, bancos, varejistas e setor educacional, recuperando os 111 mil pontos em uma semana de decisão de política monetária aqui e nos Estados Unidos.
Atrelado a isso, o exterior se recuperou e o apoio que o ex-presidente do Banco Central declarou ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também deu o tom positivo ao mercado.
As blue chips- Vale (VALE3), a Petrobras (PETR3 e PETR4), Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4), que representam quase 40% do índice, subiram respectivamente 3,23%,1,19% e 1,59%, 3,74% e 2,57%.
O principal índice da B3, subiu 2,32%, aos 111.823,89 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em outubro avançou 2,24%, aos 112.910 pontos. O giro financeiro foi de R$ 24,6 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam em alta.
Para os analistas da Ativa Investimentos, a Bolsa é “impulsionada pelos papéis ligados às commodities”. Eles também destacam as ações ligadas à educação “que reagem após o candidato à presidência [Luiz Inácio Lula da Silva] se manifestardesejo de aumentar os investimentos no setor de educação”.
André Luzbel, head de renda variável da SVN, disse que o apoio de Meirelles a Lula impulsionou o mercado e “os setores que se beneficiam são os ligados ao crédito como varejo, educacional-com a volta do FIES [programa de acesso ao ensino superior gerenciado pelo Ministério da Educação] -, construtoras e bancos, mas acredito que esse impacto é momentâneo. Se eles vencerem [o PT] vão usar as reservas para poder pressionar o câmbio para baixo-ao longo da manhã estava performando melhor que a Bolsa-, e ter uma política mais voltada ao estado, banco estatal vai dar crédito mais barato”.
Luzbel comentou que no início dos negócios, o mercado tinha melhorado devido ao fator Bolsonaro “em que os investidores estavam acreditando que ele [Bolsonaro] poderia virar a eleição, depois veio a notícia do Meirelles. Não faz sentido Bolsa subir com Lula na frente, me parece meio bipolar [uma mensagem dúbia] com as duas notícias, não dá para o mercado comprar os dois candidatos. Não dá para Lula ser bom para o educacional e Petrobras e na nossa visão é aproveitar para vender mais. Vale ressaltar que lá fora a história não mudou”.
Já Davi Lelis, economista e sócio da Valor Investimentos, disse que o mercado precificou positivamente o apoio de Meirelles a Lula “velho conhecido do mercado e oferece mais segurança sobre o plano de governo caso Lula ganhe, mas não é só isso que faz a Bolsa subir, papéis de educação sobem e são influenciados pelo FIES após a declaração do candidato do PT à presidência, Petrobras e Val, com forte peso no índice, também interfere no movimento, impactados pelo mercado externo”
Ricardo Leite, head de renda variável da Diagrama Investimentos, disse que a Bolsa acabou “acompanha a melhora em Nova York e com a ajuda das commodities- anúncio de queda no preço do diesel para as distribuidoras-redução de R$ 0,30 por litro, de R$ 5,19 para R$ 4,89 por litro-e incentivos chineses à economia, ademais da valorização dos bancos”.
Mas o head de renda variável da Diagrama Investimentos afirmou que “a sensação para a Bolsa é mais neutra que positiva porque “ainda devemos ver volatilidade acima do esperado por conta da expectativa de decisão de política monetária nos Estados Unidos na quarta-feira (21), em que os juros devem aumentar em 0,75 ponto percentual, mas existe apostas de 1pp e cabe essa elevação.”
Soraia Budaibes / Agência CMA
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