O dólar à vista encerrou a sessão desta quinta-feira (16), em alta de 0,17%, cotado a R$ 4,8701. Apesar de ter registrado mínima de R$ 4,8370 pela manhã, atingiu a máxima de R$ 4,8867 no início da tarde.
Essa oscilação foi influenciada pelo aprofundamento das perdas do petróleo e movimentos pontuais da moeda americana em relação a outras moedas, como o peso mexicano.
Apesar do aumento hoje, o dólar acumula baixa de 0,90% na semana e perdas de 3,40% em novembro.
Forças opostas e impactos no câmbio
Operadores apontam que a formação da taxa de câmbio esteve sujeita a forças opostas. O recuo das commodities, especialmente do petróleo, e a possibilidade de um ciclo maior de corte de juros no Brasil tendiam a elevar o dólar. Por outro lado, a queda das taxas dos Treasuries e a perda da moeda americana em relação a outras divisas fortes favoreciam o real.
Essa dinâmica foi influenciada pelo panorama externo, mas investidores também acompanharam debates em Brasília sobre emendas ao Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para mudar a meta fiscal de 2024.
Indicadores econômicos e Fed
A leitura benigna da inflação nos EUA nos últimos dias levou a crer que o Federal Reserve (Fed) não aumentará mais os juros. Agora, a expectativa gira em torno de uma possível redução das taxas no primeiro semestre de 2024. Indicadores americanos, como a queda de 0,6% na produção industrial em outubro e um aumento nos pedidos de auxílio-desemprego, reforçaram essa visão.
Análise de especialistas e perspectivas
André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online, destaca que o cenário externo tem sido determinante na formação da taxa de câmbio. A valorização do real esta semana está relacionada à perda de força global do dólar e à queda das taxas dos Treasuries, devido ao processo de desinflação nos EUA. Ele alerta que o quadro fiscal americano limita a possibilidade de uma apreciação mais expressiva do real.
Cenário interno e meta fiscal
No Brasil, o debate em torno da meta fiscal continua relevante. O relator do PLDO, deputado Danilo Forte, anunciou a manutenção, por enquanto, da meta de déficit primário zero em 2024. Isso representa uma vitória do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em meio às propostas de alteração da meta para déficit entre 0,5% e 0,75% do PIB.
Com informações do Broadcast
Imagem: Piqsels