De acordo com notícias, o Grupo Mateus está negociando com o Carrefour Brasil a aquisição de pelo menos oito lojas do Grupo BIG nos estados de Pernambuco, Alagoas e Bahia. Essas lojas são parte dos remédios recomendados pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) referente à transação de compra do Grupo BIG pelo Carrefour Brasil. Apesar das notícias não terem sido confirmadas pela companhia, analistas avaliam que o valor estimado para a venda das unidades está mais baixo do que o cobrado em outras operações similares.
A Levante Ideias de Investimento aponta que o valor estimado pela venda das unidades da rede Big para o Carrefour está abaixo do preço pago pelo Assaí pelos hipermercados do Extra, atualmente em fase de conversão. Ao todo, estima-se que a venda dos estabelecimentos poderá levantar cerca de R$ 450-600 milhões.
A corretora lembra que a determinação do Cade para a venda de 14 unidades da rede Big para que o negócio pudesse seguir adiante representa 3,6% do parque total da companhia em 2021, com os recursos desta operação devendo ir para o caixa do Carrefour, que está desembolsando R$ 7,5 bilhões pela aquisição.
Das 14 lojas, duas já estão com suas vendas praticamente concluídas, caso da unidade de Gravataí (RS), a ser adquirida pela rede gaúcha Asun Supermercados, e da unidade de Olinda (PE), comprada pelo Grupo Mateus (GMAT3). Além desta, o grupo ainda está negociando a compra de outras sete unidades da rede, localizadas em Pernambuco, Alagoas e na Bahia. Apesar da intenção de avançar nessas regiões, o Grupo Mateus ainda não chegou a um consenso com o Carrefour sobre o valor de venda de cada unidade, comentam os analistas da Levante.
A XP também cita que, de acordo com as notícias, o valor a ser pago por cada loja (entre R$35 milhões e R$45 milhões) está abaixo de transações recentes no setor, como a aquisição das lojas Makro pelo Carrefour (por um valor de R$65mi por loja) e aquisição das lojas Extra pelo Assaí (por um valor de R$56mi por loja).
“Importante destacar que estes valores não incluem o investimentos necessário para conversão das lojas, o qual estimamos que deve variar entre R$5mi/loja (investimento de conversão de lojas BIG em hipermercados) e R$40mi/loja (investimento de conversão de lojas Extra em atacarejo)”, explicam os analistas da XP.
Em análise sobre para entender se o negócio geraria valor para o papel do Grupo Mateus, a XP concluiu que seria neutra caso as lojas fossem convertidas em operações de varejo (Camiño e/ou Supermercado Mateus) enquanto seria positiva caso fossem convertidas em atacarejo (Mix Atacarejo), e com, isso, manteve a recomendação de compra da ação GMAT3.
Cynara Escobar / Agência CMA
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