O dólar fechou em queda de 1,15%, cotado a R$ 5,1470. A moeda refletiu uma certa animação com alguns dados positivos da China e a alta no preço das commodities, o que ajudou diretamente o real. Na semana, o dólar teve queda de 0,77%.
Segundo o economista-chefe da GreenBay Investimentos, Flávio Serrano, “as moedas se recuperam de modo geral, com dados bons da China e isso afugentou o medo de uma desaceleração mais forte. Ainda é um ambiente inflacionário muito pressionado, com incertezas acima do usual. Estas coisas podem mudar rapidamente”.
O índice de preços ao consumidor chinês subiu 2,5% em agosto, no comparativo anual. As projeções do mercado eram de +2,8%. Já o índice de preços ao produtor, no mesmo período, subiu 2,3%, abaixo das expectativas do mercado de +3,0%.
De acordo com a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, “vemos uma recuperação do petróleo lá fora e o DXY (cesta de moedas desenvolvidas) mais fraco, o que dá ao real algum espaço para se recuperar. O movimento é guiado pelo cenário internacional”.
Abdelmalack entende que a bolsa brasileira continua atraente para o investidor estrangeiro, o que se traduz em um intenso fluxo estrangeiro.
Para a economista e estrategista de câmbio do Banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli, “depois de alguns dias de muita aversão ao risco, pressão nas moedas emergentes e queda nas bolsas, parece que o bom humor voltou aos mercados. Contudo, não há um grande motivo aparente para esta melhora”.
“O avanço dos juros nas economias centrais e a preocupação com a desaceleração da China devem continuar no radar e trazer aversão ao risco. Além disso, a incerteza com o quadro eleitoral brasileiro pode chegar a pesar em algum momento”, observa Quartaroli.
Paulo Holland / Agência CMA
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