O TC (antigo TradersClub) (#TRAD3) alavancou seus custos operacionais no 3º trimestre com o lançamento de créditos tributários, que foram, de forma simplificada, adquiridos por operações anteriores, mas que a empresa decidiu utilizar agora.
O novo balanço da companhia considera como receita R$ 5.997 milhões em “créditos extemporâneos sobre PIS e COFINS e créditos extemporâneos previdenciários, levantados por consultoria especializada”.
O fato de o TC apontar que os créditos foram “levantados por uma consultoria especializada” dá a entender que os valores ainda não foram oficialmente reconhecidos pela Justiça ou pela Receita Federal.
Em nota ao Monitor do Mercado, o TC afirmou que os créditos “são oportunidades tributárias baseadas em sólida jurisprudência do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e RFB (Receita Federal do Brasil) e em conformidade com a legislação federal”.
Jurisprudência é o entendimento reiterado de tribunais e da Receita em casos de empresas que fizeram pedidos semelhantes.
Ao colocar os números no balanço, o TC quer baixar seus custos operacionais, já que quanto menos se gasta para produzir valor, maior é a porcentagem dos seus ganhos em relação aos custos.
Na conta dos custos se tem saldos negativos e positivos. Os negativos, é tudo que você gasta, e os positivos, são o que você ganha por equivalência patrimonial, por exemplo.
Os custos caíram 63%, em relação ao período passado, mas apesar de justificarem a queda pela “otimização do quadro de colaboradores” e a reavaliação de gastos e contratos, os créditos alavancaram fortemente o resultado desse trimestre — e isso não se repetirá nos próximos balanços.
Ações #TRAD3 em queda
A injeção vem em boa hora para as ações do TC que, desde o início do ano, já perderam mais da metade do seu valor. Hoje, o papéi ão negociado na casa dos R$ 0,95. Em junho de 2021, quando foi feito o IPO da empresa, ele valiam mais de R$ 12.
Não há problemas legais na utilização desses créditos nas receitas operacionais líquidas. O Monitor do Mercado conversou com um especialista da área que explicou que, como o TC só percebeu que ele pode ter esses créditos agora, os créditos ganhos neste semestre vão para a área de ativos, mas o que sobrou dos outros anos, entra na conta das despesas líquidas.
Na prática, a queda de 63% das despesas no 3º trimestre é verídica, mas ela foi impulsionada por esses créditos – que não poderão ser utilizados no futuro e que ainda não entraram em caixa.
Manter as despesas operacionaiss no mesmo nível será um trabalho duro para o TC no próximo trimestre.