Uma onda de apetite ao risco no cenário internacional e o avanço de commodities como o minério de ferro foram determinantes para a queda do dólar no mercado doméstico de câmbio nesta sexta-feira (10). Apesar da recuperação, a moeda ainda se mantém acima da marca de R$ 4,90. O movimento de hoje representa uma reversão parcial dos ganhos registrados ontem, impulsionados por declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que sinalizaram a possibilidade de nova alta de juros nos EUA.
Cenário internacional e commodities
Operadores observaram um influxo de fluxo estrangeiro para a bolsa doméstica, que superou novamente os 120 mil pontos, alinhada ao comportamento dos mercados em Nova York. Além disso, a internalização de recursos por exportadores e a realização de lucros no mercado futuro também contribuíram para a dinâmica do câmbio. A leitura benigna do IPCA de outubro foi outro fator que estimulou o apetite por ativos domésticos.
Em relação ao movimento do dólar à vista, após uma alta inicial que o levou a superar os R$ 4,95 na máxima (R$ 4,9548), a moeda operou em baixa ao longo do dia. Registrando a mínima a R$ 4,9040 no início da tarde, o dólar fechou com queda de 0,51%, cotado a R$ 4,9145. Encerrando a semana com leve alta de 0,37%, o dólar acumula desvalorização de 2,52% em novembro.
Movimento do dólar à vista e tendências
Analistas apontam que o dólar segue a tendência de descompressão do prêmio de risco no exterior, após a alta provocada pelas declarações de Powell. No entanto, as recentes falas de dirigentes do Fed indicam uma possível contenção das apostas em um ciclo de corte da taxa básica americana no primeiro semestre de 2024. No Brasil, o IPCA de outubro reforça a perspectiva de corte da taxa Selic, sustentando o real diante de saldos comerciais robustos e juros elevados.
Perspectivas do Goldman Sachs
O banco de investimentos Goldman Sachs projeta uma perda de força do dólar em relação ao real nos próximos meses. Acreditando que a moeda brasileira se beneficiará de juros reais ainda elevados, contas externas sólidas e atividade econômica resiliente, o Goldman Sachs estima que o dólar atingirá R$ 4,80 nos próximos três meses, R$ 4,70 em seis meses e R$ 4,60 em 12 meses.
Com informações do Broadcast
Imagem: Piqsels