A Rumo divulgou ontem (9) o balanço do terceiro trimestre de 2023, com lucro líquido ajustado de R$ 483 milhões, alta de 56,1% na comparação com o mesmo período do ano passado.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ficou em R$ 1,815 bilhão, alta de 27% em comparação ao terceiro trimestre de 2023. A margem Ebitda ajustada cresceu 8,7 pontos percentuais, fechando em 57,2%. Em bases comparáveis, em função da venda dos terminais T16 e T19 realizada no quarto trimestre de 2022, o crescimento foi de 31%.
A receita líquida foi de R$ 3,176 bilhões, alta de 7,6% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado. O crescimento ocorreu em todas as operações, sendo 6% na Operação Norte, 11% na Operação Sul e 20% na Operação de Contêineres. O resultado foi impulsionado pelos maiores volumes e tarifas em relação ao terceiro trimestre de 2022.
Segundo a companhia, as estimativas preliminares para a safra de soja 23/24 apontam para uma nova safra recorde, de cerca de 166 milhões de toneladas, com 102 milhões destinadas à exportação. O crescimento mais expressivo deve ocorrer no estado do RS, com 8 milhões de toneladas produzidas e 3 milhões de toneladas exportadas a mais do que em 22/23, enquanto os estados de MT, GO, MS e PR possuem estimativas iniciais de produção e exportação em linha com a safra anterior.
O endividamento abrangente bruto foi de R$ 19,5 bilhões, 12% acima em relação ao segundo trimestre de 2023, refletindo o desembolso de financiamentos contratados no trimestre e em períodos anteriores, sendo parcialmente compensado pelo fluxo de vencimentos da dívida. O endividamento líquido reduziu para R$ 9,4 bilhões, devido à geração de caixa no período. A alavancagem financeira, medida pela relação Dívida Líquida / EBITDA comparável, reduziu para 1,8x. A dívida da Rumo possui custo médio ponderado de aproximadamente 104% CDI, com duration de 5,1 anos
O volume total transportado na Operação Norte alcançou 16,5 bilhões de TKU, crescimento de 6%. O resultado se deve principalmente ao maior volume de milho, que cresceu 15%, e à melhora sequencial das condições de circulação na região da Baixada Santista, que reduziram a eficiência da circulação de trens com destino ao Porto de Santos no primeiro trimestre. Também contribuíram para o resultado o crescimento dos volumes de farelo de soja, açúcar e combustível, que registraram altas de 8%, 17% e 13%, respectivamente.
A Operação Sul transportou 3,6 bilhões de TKU, queda de 1%. Assim como no trimestre anterior, o volume de soja teve forte alta em relação à quebra de safra ocorrida em 2022, que fez este volume mais do que dobrar. Também teve destaque o transporte de açúcar, com aumento de 5%.
O volume da Operação de Contêineres cresceu 7%, alcançando 1.049 milhões de TKU no trimestre. O resultado foi reflexo do crescimento de farelo de soja, devido à redução do frete marítimo, e da ampliação do market share no segmento de algodão.
O Investimento Total foi de R$ 895 milhões no trimestre, crescimento de 48%. O Capex recorrente foi de R$ 346 milhões, 17% acima do terceiro trimestre de 2022, e em linha com o planejamento da Companhia para o ano. O Capex de expansão, desconsiderado a Expansão da Rumo no MT, alcançou R$ 482 milhões, alta de 55%, refletindo principalmente a continuidade do planejamento estratégico da Companhia, com priorização de obras dos cadernos de obrigações das malhas Paulista e Central e aumento de capacidade.
Emerson Lopes / Agência CMA
Imagem: divulgação
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