O índice brasileiro Ibovespa encerrou o pregão desta quarta-feira (8) com uma leve queda, após uma sequência de cinco altas. A performance do mercado acionário esteve diretamente correlacionada com os índices de Nova York e os preços do petróleo. Petrobras sofreu perdas ao longo da tarde, em linha com a queda do petróleo Brent abaixo de US$ 80 por barril.
Variações e fechamento
Até o início da tarde, o Ibovespa apresentava pouca variação, enquanto os índices de ações em Nova York oscilavam em torno da estabilidade. Posteriormente, a direção negativa se consolidou, com o Dow Jones encerrando em leve baixa de 0,12%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq se recuperaram, fechando com altas de 0,10% e 0,08%, respectivamente. O Ibovespa cedeu 0,08%, encerrando o dia em 119.176,67 pontos, após uma sequência de ganhos recente.
Volatilidade
Durante a manhã, o Ibovespa chegou perto de recuperar a marca dos 120 mil pontos, que não era vista desde agosto, mas fechou o dia em 119.176,67 pontos. A volatilidade do mercado foi observada ao longo do pregão.
Desempenho acumulado
Apesar da queda de hoje, o Ibovespa ainda acumula um ganho de 0,86% na semana e 5,33% no mês. No ano, o índice avança 8,60%. O volume financeiro negociado atingiu R$ 23,6 bilhões nesta quarta-feira.
Impacto do petróleo
A queda nos preços do petróleo é apontada como um dos principais fatores para o declínio do Ibovespa. Segundo o analista da Toro Investimentos, Alan Soares, os dados econômicos da China, especialmente os relativos ao comércio exterior, estão influenciando a correção dos preços do petróleo. A expectativa de uma desaceleração na demanda levou o petróleo Brent a testar a marca de US$ 80 por barril.
Setor de energia e bancos
O desempenho do setor de energia foi notável, com destaque para a Petrobras, que sofreu quedas, e a Vale, que teve um aumento de 0,07%, impulsionada pelo avanço de 1% nos preços do minério de ferro em Dalian. Por outro lado, as ações dos grandes bancos apresentaram um comportamento mais positivo, o que contribuiu para atenuar as perdas no Ibovespa, com destaque para Banco do Brasil, que subiu 1,27%, e Santander, que teve um ganho de 2,87%.
Visão de analistas
Economistas e analistas de mercado apontam que o Brasil pode ser beneficiado pela situação geopolítica desafiadora, com conflitos na Ucrânia e na Faixa de Gaza. No entanto, é importante que o país mantenha a estabilidade fiscal para atrair recursos a médio prazo. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou a importância do Brasil fazer o “dever de casa” devido à menor disponibilidade de liquidez global.
Destaque no cenário corporativo
Na bolsa brasileira, a empresa Ultrapar teve um destaque positivo, com um aumento de 7,27%, enquanto Totvs, TIM e Embraer também apresentaram ganhos. Por outro lado, Dexco, BRF, Raízen e Arezzo divulgaram resultados trimestrais desfavoráveis, levando a quedas em suas ações.
Vendas no varejo e déficit público
Os números de vendas no varejo divulgados pelo IBGE mostraram um crescimento de 0,6% em setembro, contrariando as expectativas de estabilidade. No entanto, apenas três das oito atividades pesquisadas apresentaram resultados positivos, indicando que o aperto monetário ainda afeta o consumo de bens sensíveis ao crédito.
Além disso, o governo divulgou um déficit primário de R$ 97 bilhões para o setor público no acumulado do ano até setembro, equivalente a 1,22% do PIB. O déficit de R$ 18,07 bilhões em setembro foi o pior resultado para o mês desde 2020.
Reforma tributária e preocupações
O mercado também está atento à tramitação da reforma tributária, cujo parecer foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, com acolhimento de emendas que ampliaram o rol de exceções. Essa alteração pode resultar em um aumento na alíquota geral para 27,5%. Governadores do Sul e Sudeste manifestaram preocupações com o projeto e cogitam pedir mudanças ou votar contra, o que pode impactar a aprovação final da reforma.
Com informações do Broadcast
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