Os juros futuros de médio e longo prazos continuaram sua trajetória de queda, influenciados pelo cenário externo, porém, atentos às notícias fiscais. Enquanto as taxas curtas permaneceram estáveis, o mercado manteve seu foco na evolução da pauta econômica do Congresso.
As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 fecharam em 10,795%, uma ligeira queda em relação ao ajuste anterior de 10,796%. Para janeiro de 2026, a taxa foi de 10,56%, atingindo sua mínima, em comparação com 10,60% no dia anterior. O DI para janeiro de 2027 encerrou em 10,66%, também registrando sua mínima, enquanto o DI para janeiro de 2029 fechou em 11,03%, uma redução em relação a 11,13%.
Evolução do T-Note de dez anos e notícias fiscais
O T-Note de dez anos atingiu cerca de 4,50%, estimulando um sentimento positivo no mercado após o payroll. No entanto, a incerteza fiscal local limitou esse otimismo, com preocupações sobre a política monetária e a economia. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, não abordou esses tópicos em seu discurso.
Commodities e preços dos combustíveis
O petróleo, que caiu 4% recentemente, registrou outra queda de mais de 2%, com o tipo Brent fechando abaixo de US$ 80 pela primeira vez desde julho. Isso implica que os preços do diesel e da gasolina no Brasil podem subir ainda mais, aumentando as preocupações sobre a inflação.
Desafios fiscais
O déficit de R$ 18,071 bilhões nas contas públicas consolidadas em setembro foi pior do que o esperado, representando o pior desempenho para o mês desde 2020, quando o Brasil enfrentava a pandemia de Covid-19. A dívida líquida do setor público atingiu 60% do PIB, o nível mais alto desde dezembro de 2020.
Perspectivas sombrias
Para especialistas da Tendências Consultoria, os números apontam para um descontrole das finanças públicas em 2023, devido a sucessivas frustrações na arrecadação federal, aumento de despesas e déficits primários acumulados.
Desdobramentos políticos
A Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) com uma meta fiscal zero, mas o governo está considerando se pedirá a alteração da meta até o dia 16 deste mês. Uma mudança na meta pode sinalizar um “abandono” do novo arcabouço fiscal, tornando a estimativa de gastos do governo mais incerta.
Urgência nas reformas
A aprovação de projetos de aumento de receita é fundamental para manter a meta fiscal. Uma das principais apostas é a regulamentação das subvenções do ICMS, com uma estimativa de arrecadação de R$ 35,3 bilhões se aprovada via Medida Provisória.
Com informações do Broadcast
Imagem: Piqsels