Os juros futuros registraram queda nesta terça-feira (7), influenciados tanto pela ata do Copom quanto pelos acontecimentos internacionais. O recuo dos rendimentos dos Treasuries e a queda nos preços do petróleo contribuíram para a redução das taxas locais, enquanto a expectativa positiva em relação às pautas econômicas no Congresso também desempenhou um papel fundamental.
Taxas de juros futuros em queda
O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 encerrou em 10,820%, uma queda em relação aos 10,861% do dia anterior. O DI para janeiro de 2026 caiu de 10,71% para 10,62%. Além disso, o DI para janeiro de 2027 fechou com uma taxa de 10,76% (em comparação com 10,91% no dia anterior), e o DI para janeiro de 2029 terminou em 11,13%, após estar em 11,30%.
Influência dos rendimentos dos treasuries e do petróleo
Os rendimentos da T-Note de 10 anos caíram abaixo de 4,60%, enquanto o T-Bond de 30 anos ficou abaixo de 4,80%. As taxas de longo prazo dos Estados Unidos foram destacadas no balanço de risco do Copom em seu comunicado da reunião anterior e também na ata divulgada hoje.
Cenário fiscal nos Estados Unidos
Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos, expressou ceticismo em relação à sustentação da queda das taxas de juros nos EUA enquanto o cenário fiscal permanecer incerto. Ela destacou a importância de uma percepção mais positiva sobre o cenário fiscal dos EUA, que deve ganhar destaque com a retomada das discussões sobre o teto da dívida. O acordo atual do Congresso americano expira em breve, e a economista ressaltou que o cenário das taxas de juros nos EUA tem impacto na taxa Selic no Brasil.
Recuo dos yields e desinflação no Brasil
O recuo dos yields foi resultado de comentários de dirigentes do Federal Reserve e da queda de mais de 4% nos preços do petróleo. Apesar da queda da commodity, o real teve um bom desempenho, com o dólar caindo para o patamar de R$ 4,87. Tanto a commodity quanto o câmbio desempenham um papel importante no processo de desinflação no Brasil, conforme destacado na ata do Copom. O documento foi considerado “hawkish” devido às preocupações em relação ao ambiente internacional, que podem limitar o tamanho do ciclo de cortes da Selic.
Cautela devido ao cenário internacional
O Copom enfatizou a volatilidade e a adversidade do cenário internacional, observando múltiplos mecanismos de transmissão da economia global para a economia doméstica. Os diretores do Copom estão particularmente atentos à elevação das taxas de longo prazo nos Estados Unidos, pois isso pode restringir as condições financeiras no Brasil.
Avanços no cenário fiscal
No cenário fiscal, os avanços no Congresso ofereceram algum contraponto às preocupações com a possibilidade de mudança na meta de primário para o próximo ano. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou o relatório da reforma tributária, e a expectativa é que seja apreciado em plenário ainda nesta semana. Além disso, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou o relatório preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) com a meta de déficit zero em 2024.
Com informações do Broadcast
Imagem: Piqsels