A Braskem divulgou ontem o balanço do segundo trimestre de 2022. A companhia registrou prejuízo líquido de R$ 1,4 bilhão, revertendo o lucro de R$ 7,42 bilhões no segundo trimestre de 2021.
O ebitda recorrente foi de US$ 802 milhões, 13% menor que o registrado no primeiro trimestre de 2022. Segundo o relatório, o resultado é reflexo, principalmente, do menor volume de vendas de principais químicos no segmento Brasil, PP na Europa, e PE no segmento México menores spreads internacionais de PVC no Brasil e PP na Europa, porém ainda acima da média histórica dos últimos 10 anos.
O ebitda recorrente em dólar foi 55% inferior, em função da normalização dos spreads internacionais de PE, PP e PVC no Brasil, PP nos Estados Unidos e Europa, e PE no México do menor volume de vendas de principais químicos no segmento Brasil e de PP na Europa.
Em reais, o ebitda recorrente foi de R$ 3,9 bilhões, 19% inferior ao primeiro trimestre de 2022 e 58% menor em comparação ao segundo trimestre de 2021, em função da apreciação do real frente ao dólar de 6,0% e 7,1%, respectivamente.
A geração recorrente de caixa da companhia foi de R$ 3,1 bilhões, e o retorno4 de fluxo de caixa foi de 41%. Adicionando os pagamentos referentes ao evento geológico de Alagoas realizados no segundo trimestre de 2022, a companhia apresentou uma geração de caixa de R$ 2,4 bilhões, e o retorno de fluxo de caixa foi de 31%.
A alavancagem corporativa, medida pela relação dívida líquida ajustada/EBITDA Recorrente em dólares encerrou o trimestre em 1,2x. A posição de caixa ficou em US$ 1,9 bilhão, patamar que garante a cobertura dos vencimentos de dívida nos próximos 66 meses, não considerando a linha de crédito rotativo internacional (stand by) disponível no valor de US$ 1 bilhão, com vencimento em 2026.
O custo do produto vendido (CPV) cresceu em reais (+5%) e em dólar (+11%) em relação ao primeiro trimestre de 2022, explicado pelo maior preço do etano no mercado internacional e pelo efeito estoque da nafta, influenciado principalmente pelo aumento nos preços do petróleo e gás natural no mercado internacional.
O aumento em reais (+59%) e em dólar (+71%) em relação ao segundo trimestre de 2021 é explicado pelo maior preço das principais matérias primas petroquímicas (nafta, etano e propano) no mercado internacional influenciado principalmente pelo aumento nos preços do petróleo e gás natural no mercado internacional
No trimestre, o CPV foi impactado pelo crédito de PIS/COFINS na compra de matéria-prima (REIQ) no montante de aproximadamente US$ 23 milhões (R$ 113 milhões) e pelo crédito do Reintegra no total de aproximadamente US$ 0,6 milhão (R$ 2,9 milhões).
As despesas financeiras aumentaram em relação ao primeiro trimestre de 2022 (+ 4%), em função, principalmente, do impacto da depreciação do real frente ao dólar sobre o principal em moeda externa
realizados no período. Com relação ao segundo trimestre de 2021, o aumento (+3%) pode ser explicada, principalmente, pelo impacto da depreciação do real frente ao dólar sobre o principal em moeda externa.
As receitas financeiras cresceram ante ao primeiro trimestre de 2022 (+17%), em função, principalmente, da maior rentabilidade das aplicações financeiras em função do aumento das taxas básicas de juros. Com relação ao segundo trimestre de 2021, a queda (-11%) pode ser explicada pelo não reconhecimento de juros sobre ativos tributários referentes aos débitos de PIS e COFINS apurados a maior em exercícios anteriores.
As variações cambiais líquidas tiveram queda em relação ao primeiro trimestre de 2022 e ao segundo trimestre de 2021 explicada, principalmente, pela depreciação do real final do período frente ao dólar sobre a exposição líquida ao dólar no montante de US$ 3,6 bilhões.
A companhia tem como perspectiva para investimentos corporativos em 2022 o valor de R$ 5,6 bilhões (US$ 1,0 bilhão), que é dividido em R$ 4,9 bilhões (US$ 0,9 bilhão) para investimento operacionais investimento previsto para ser realizado ao longo de 2022 pela Braskem Idesa é de R$ 1,2 bilhão (US$ 0,2 bilhão).
A geração recorrente de caixa no segundo trimestre de 2022 foi de R$ 3,1 bilhões, explicada, principalmente, pelo EBITDA Recorrente do trimestre
de giro milhões. A estes impactos positivos, se contrapõem, principalmente: o pagamento de juros no trimestre operacionais e estratégicos da Companhia. Adicionando os pagamentos referentes ao evento geológico de Alagoas, a geração de caixa da Companhia no trimestre foi de R$ 2,4 bilhões. A variação do capital de giro positiva em R$ 752 milhões.
Vendas
O volume de vendas de resina no mercado brasileiro manteve a linha com o primeiro trimestre de 2022, sustentada pela manutenção da demanda local. Em relação ao segundo trimestre de 2021, o aumento (+11%) é explicado pelo aumento do market share, que havia sido menor no segundo trimestre de 2021, principalmente devido a parada geral de manutenção programada na central petroquímica do ABC, São Paulo e ao aumento dos volumes de importação no mesmo período do ano anterior.
As exportações foram maiores em comparação ao primeiro trimestre de 2022 (+7%) em função do aumento no volume de PE exportado, dada a menor disponibilidade de PE nos Estados Unidos para exportação e de melhores condições logísticas para exportação. Em relação ao segundo trimestre de 2021, as exportações aumentaram 29% devido as melhores condições logísticas para exportação.
Estados Unidos e Europa
O ebitda recorrente foi de US$ 237 milhões (R$ 1,2 bilhão), 19% inferior ao primeiro trimestre de 2022, em função, principalmente, do menor volume de vendas de PP e do menor spread de PP na Europa, representando 30% do ebitda Recorrente consolidado de segmentos da Companhia. Na comparação com o segundo trimestre de 2021, houve redução de 52% em dólares, em função do menor volume de vendas de PP na Europa e do menor spread de PP em ambas as regiões.
A demanda de PP nos Estados Unidos permaneceu em linha com o primeiro trimestre de 2022. Ante ao segundo trimestre de 2021, a redução (-7%) é explicada pelos impactos dos estoques elevados na cadeia de transformação e pelo maior desempenho econômico da região. Na Europa, a redução em relação ao primeiro trimestre de 2022 (-11%) e ao segundo trimestre de 2021 (-7%) é explicada pelo menor desempenho econômico da região no período, que resultou em um menor consumo, principalmente, do setor automotivo.
O volume de vendas de PP: nos Estados Unidos, as vendas foram maiores em relação ao primeiro trimestre de 2022 (+15%) e ao segundo trimestre de 2021 (+4%), em função do consumo de estoque para venda, dada a demanda estável no período. Na Europa, o volume de vendas de PP reduziu em relação ao primeiro trimestre de 2022 (-15%) e ao segundo trimestre de 2021 (-19%), em função da menor demanda no período.
Emerson Lopes / Agência CMA
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