Na noite desta terça-feira (09), o ministro da Economia, Paulo Guedes, ameaçou de “ligar o foda-se” para a a França, após o país ciritcar as políticas ambientais brasileiras.
“Vocês [França] estão ficando irrelevantes para nós. É melhor vocês nos tratarem bem, senão nós vamos ligar o foda-se para vocês e vamos embora para outro lado. Porque vocês estão ficando irrelevantes”, disse Guedes, conforme noticiou a Folha de S.Paulo.
O ministro utilizou as palavras de baixo calão quando contava um diálogo que teve na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) com “um ministro da França”. Guedes não citou nomes.
“Uma vez tinha um ministro da França lá, [que disse] ‘você [governo brasileiro] está queimando a floresta’. Eu falei ‘e você está queimando Notre-Dame'”, disse Guedes.
O ministro estava se referindo ao incêndio da catedral Notre-Dame, em 2019. A construção é datada nos anos 1100 e é um dos principais pontos turísticos de Paris.
“Acusação idiota, pô. Você [França] não está queimando Notre-Dame, mas é um quarteirão e você não conseguiu impedir, pegou fogo. Agora nós temos uma área que é maior que a Europa e vocês ficam criticando a gente”, afirmou o ministro.
Macron, o presidente da França, utilizou da pauta ambiental internacional como propaganda de campanha de 2021, voltando suas atenções para as queimadas na Amazônia. O governo francês vocaliza que o bioma não é só dos brasileiros, já que a Guiana Francesa ocupa uma parte do território.
O ministro ressaltou também o crescimento mínimo de comércio entre as duas nações, que cresceu de US$ 2 bilhões, no início dos anos 2000 para US$ 7 bilhões. Valor irrisório quando comparado ao comércio brasileiro com a China, de US$ 120 bilhões. Neste contexto, Guedes chamou a França de “irrelevante” e a ameaçou de largar o “foda-se”.
O Brasil, que é engajado na OCDE desde 1994 e parceiro-chave desde 2007, tem ambições de se tornar um país membro da organização, a fim de aumentar seu status na política internacional.
A organização já incluiu, dentro das negociações de entrada do Brasil, medidas obrigatórias de diminuição do desmatamento na Amazônia, junto a outras obrigações relacionadas ao cumprimento do Acordo de Paris.
Guedes afirmou que está dialogando com o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, dizendo que “Condenavam o Brasil, criticavam pela política ambiental, e ele entendeu o seguinte: olha, nos ajudem, em vez de ficar criticando”.
Imagem: José Cruz / Agência Brasil