São Paulo, 10 de agosto de 2022 – A CVC divulgou o balanço do segundo trimestre, que
registrou prejuízo líquido de R$ 94,8 milhões, queda de 46% em relação ao mesmo período do ano
anterior, fruto da melhora do resultado operacional, e em 43,2% frente ao primeiro trimestre de
2022, quando houve baixa de créditos tributários.
Para o analista Sérgio Castro, da plataforma TradeMap, a dificuldade de geração de caixa
da CVC e o grande volume de dívidas da empresa com vencimento no curto prazo acendem um sinal de
alerta a respeito do risco de insolvência da companhia. A companhia conseguiu gerar receita
suficiente para cobrir os custos de operação em apenas dois dos últimos sete trimestres.
A receita líquida no segundo trimestre subiu 133,5% e alcançou R$ 269,7 milhões,
impulsionada pelo crescimento de 153,6% das reservas consumidas. O take rate, que é a margem
cobrada pelos serviços prestados da CVC, foi 7,6%, recuo de 0,7 ponto percentual (pp) em
comparação ao mesmo intervalo de 2021 e 2,1 pp inferior ao reportado no trimestre anterior.
"A dívida bruta da CVC soma R$ 997,6 milhões, sendo que 69% deste valor refere-se a
debêntures que precisam ser pagas até o segundo trimestre de 2023. A iminência de vencimento das
dívidas seria um problema menor se a companhia apresentasse boa capacidade de gerar caixa – o que
não é o caso", detalhou o analista da TradeMap.
Segundo a TradeMap, o motivo para isso foi o forte impacto que a redução nos voos e nas
viagens internacionais durante o auge da pandemia de Covid-19 teve sobre as operações da
companhia. Há sinais de que a CVC está se recuperando, com a empresa conseguindo dobrar os preços
dos pacotes e a receita no segundo trimestre em relação a um ano antes.
No entanto, o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ficou
praticamente zerado durante o período devido ao aumento nos custos e despesas operacionais da CVC.
Para o analista Sérgio Castro, a empresa provavelmente tentará levantar capital no mercado
para honrar o pagamento das dívidas, seja com a venda de novas ações ou a emissão de dívidas.
"Estas saídas, porém, embutem riscos aos acionistas. Com uma nova oferta de ações, a
fatia que eles possuem na companhia pode ser diluída. Além disso, se a geração de caixa
continuar fraca, a companhia pode estar apenas adiando a solução do problema de solvência,
trocando dívida velha por dívida nova", concluiu Castro.
Emerson Lopes / Agência CMA
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