Em relatório, a XP destacou a ata do Copom, publicada nesta manhã, “consistente com nosso cenário base de fim do ciclo de aperto monetário com Selic em 13,75% e entrando num longo período de parar para ver”.
“A nossa opinião, apesar de nesse nível ainda não ser suficiente para trazer a inflação para a meta em 2023, trará desaceleração e, quando o horizonte da política monetária mudar para 2024, o BC terá espaço para iniciar o ciclo de flexibilização”, disse em relatório.
O comitê descreveu o ambiente global como adverso e volátil, com maiores revisões negativas para o crescimento global, em um ambiente inflacionário ainda pressionado. O comitê argumenta que embora a inflação em países desenvolvidos ainda esteja alta, já observa uma normalização incipiente nas cadeias de suprimento e uma acomodação nos preços das principais commodities no período recente, mas reconhece a possibilidade de a pressão em serviços demorar mais para se dissipar.
Do lado doméstico, pontua que o mercado de trabalho está mais forte que o esperado por conta da normalização rápida dos setores intensivos em trabalho após a pandemia. Além disso, a inflação para o consumidor segue elevada, com alta disseminada entre vários componentes, se mostrando mais persistente que o antecipado.
Tendo em vista o cenário adverso, decidiu sinalizar que avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, na próxima reunião, com o objetivo de trazer a inflação para o redor da meta no horizonte relevante. Mas avaliará se somente a perspectiva de manutenção da taxa básica de juros por um período suficientemente longo assegurará tal convergência, abrindo a porta para a possibilidade de subir o juro ainda mais caso o cenário requira.
Pedro do Val de Carvalho Gil / Agência CMA
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