As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) operam em forte alta, com mercado ainda digerindo ata considerada hawkish do Copom.
Segundo Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, a ata do Copom foi um pouco mais hawkish do que o comunicado. “Ela tem bem mais trechos indicando que pode seguir com ajuste e em território bem mais contracionista”, disse.” Isso já foi utilizado anteriormente para indicar novas altas”, completou. Para Cruz, com tudo o que pode acontecer até a próxima decisão, está em aberto novas altas na Selic,
A Bolsa registra queda em um movimento de realização de lucros, após altas recentes, e com o recuo dos índices no mercado em Nova York.
As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) seguem em alta firme acompanhando a valorização da commodity e a partir de sexta-feira (12) os papéis da estatal passam a ser negociados ex-dividendo.
Mais cedo foram divulgados a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que reiterou o patamar da Selic em 13,75% ao ano (aa) e a deflação em julho favorecido pela redução da gasolina e energia.
O dólar virou e passou a subir. O mercado volta as atenções para a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da China – hoje à noite – e especialmente dos Estados Unidos, amanhã, às 9h30, que pode confirmar um Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) mais duro na reunião de setembro.
De acordo com o analista da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura, “o mercado deve ficar mais volátil nas próximas semanas, com a aproximação das eleições, além da diminuição da distância entre os dois candidatos”, referindo-se aos presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva e o atual chefe do executivo, Jair Bolsonaro.
Komura entende que o CPI da China é menos preocupante que o norte-americano, que caso venha acima das projeções deve reforçar as expectativas de um Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) mais hawkish (austero, propenso ao aumento dos juros) em setembro. As estimativas são de +0,2 em julho ante junho e de 8,7% no acumulado de 12 meses.
Pedro do Val de Carvalho Gil / Agência CMA
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