Em dia de decisão de política monetária por aqui, o Ibovespa futuro sinaliza leve queda, em movimento contrário ao exterior com os investidores atentos ao comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) hoje às 18h30.
O mercado já precificou o aumento de 0,50 ponto porcentual (pp) em que a taxa básica de juros (Selic) passaria para 13,75% ao ano (aa). Mas a preocupação é se o ciclo de aperto termina agora ou poderá vir mais elevações para as próximas reuniões.
Os investidores também seguem de olho nos balanços corporativos. Antes da abertura dos negócios, a Gerdau (GGBR4) divulgou um resultado acima do esperado -registrou lucro ajustado de R$ 4,29 bilhões no 2T22, alta de 27,6% ante o mesmo período de 2021- e anunciou pagamento de dividendos aos acionistas. As ações devem subir.
O mercado segue monitorando o clima de tensão entre Estados Unidos-China com a visita da véspera da presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, a Taiwan. Ela já deixou a ilha rumo a Coreia do Sul e Japão.
Ainda lá fora, as atenções se voltam para falas de integrantes do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) sobre a política monetária do país. Ontem alguns dirigentes assumiram um tom mais agressivo para o ritmo de juros nos Estados Unidos.
Hoje, a Opep+ deve divulgar hoje a projeção de produção de petróleo para os próximos meses e há uma expectativa de aumento, o que deve refletir no preço da commodity.
Às 9h50 (horário de Brasília), o Ibovespa futuro com vencimento em agosto caía 0,29%, aos 103.940 pontos. Os futuros norte-americanos e as bolsas europeias subiam. Na Ásia, os índices fecharam mistos.
Segundo analistas da Sul América Investimentos, em relatório, o destaque fica para a reunião do Copom e o esperado é um aumento de 0,50pp na Selic.
“Esperamos que o Comitê não indique o término do ciclo e projetamos um ajuste residual no encontro de setembro, que elevaria a taxa de juros para 14% ao fim deste ano”.
Os analistas da Commcor Corretora, em relatório, disseram que o mercado espera que o Copom deixe a porta aberta tanto para continuidade do aperto monetário como para o fim.
“As apostas para mais um aumento em setembro têm se esvaziado nos últimos dias e a decisão do BC vem em um cenário de aumento de riscos fiscais com as medidas populistas do governo federal e o recrudescimento das tensões geopolíticas”.
Soraia Budaibes / Agência CMA
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