As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam em queda neste final de semana com o mercado precificando rápida desinflação. Em relatório, a Mirae Asset destacou o resultado do IPCA-15, que corrobora essa expectativa do mercado.
“Veio em boa queda o IPCA-15 de julho, a 0,13%, contra 0,69% no mês anterior, não sendo surpresa uma taxa negativa no índice cheio de julho, previsto em torno de -0,4% a -0,6%”, disse. Outro fator de operação na curva de juros foi o resultado do FED (o banco central norte-americano).
“O Fed operou dentro do que se esperava, sem surpresas na última reunião (27), elevando a taxa Fed Funds, em 0,75 pp, de 1,75% a 2,50%”, disse a casa. “Agora é aguardar novos indicadores, sinalizando o estado da economia, estabilidade, desaquecimento ou mais do que isso, recessão, para vermos como o Fed deve transitar na próxima reunião de setembro”, completou.
A Bolsa segue no negativo, em movimento contrário a Nova York, com as ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) e Vale (VALE3) empurrando o índice para baixo. As varejistas avançavam.
Fabricio Gonçalvez, CEO da Box Asset Management, disse que a Bolsa está pressionada pelas commodities “com a Petrobras e empresas ligadas ao petróleo e gás seguindo a queda do [petróleo] tipo Brent no mercado internacional e a Vale recua com os números da China que reforçam um alerta no mercado em relação a aperto monetário-PMI caiu para 50,4 pontos em julho”.
O dólar segue caindo. Apesar da queda no valor das commodities, a desaceleração econômica global deve fazer com que os bancos centrais sejam mais dovish (menos propenso ao aumento de juros), o que cria um ambiente de baixa aversão ao risco. Para o head de tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt,”o dólar está perdendo não apenas para os seus pares, mas também para as moedas emergentes, com a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) suba menos os juros na reunião de setembro”.
Veja como estava o mercado por volta das 13h25 (de Brasília):
IBOVESPA: 102.980 pontos (-0,17%)
DÓLAR À VISTA: R$ 5,1540 (-0,36%)
DI JAN 2023: 13,780% (-0,10%)
DI JAN 2027: 12,460% (-1,26%)
Pedro do Val de Carvalho Gil / Agência CMA
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