A Petrobras disse que a sua nova diretriz de preços não confere poder de veto ao conselho de administração da companhia em relação à política de preços, nem altera a forma em que ela é operacionalizada, apenas confere uma camada adicional de supervisão.
Não há poder de veto pelo conselho com a nova diretriz, disse Salvador Dahan, diretor de governança e conformidade. Ela cria uma nova camada de supervisão pelo conselho, o que já era feito, mas passa a ser formalizado. Do ponto de vista prático, não há alteração operacional, que segue sob competência da diretoria executiva, mas agora, o conselho tem a função adicional de complementar essas práticas, comentou o executivo, durante a videoconferência de resultados do segundo trimestre da companhia.
A nova camada só robustece a nossa governança, pois garante o bom andamento das práticas e agora com mais uma camada de supervisão, o que gera mais valor para a companhia, acrescentou Salvador, em resposta sobre quais os benefícios da nova diretriz.
O diretor Executivo de Comercialização e Logística, Cláudio Mastella, também reforçou que não houve mudança na governança nem no estatuto da Petrobras com a nova diretriz e que, no curto prazo, nada muda na prática.
A diretoria da Petrobras também disse que busca a paridade continuamente, sem fazer reajustes diários, mas buscando competitividade. “A busca da paridade é contínua, fazemos isso ao longo do ano, monitoramos todo o mercado, não só no final do ano. Dado que temos um planejamento anual é natural que haja uma expectativa e daí por que fazemos a comparação anual. O objetivo é ter preços competitivos para o mercado sem repassar a volatilidade para o mercado interno, o que entendemos como um valor para os nossos clientes”, explicou Mastella.
Em relação à diferença de preços informados pelos importadores, o executivo disse que os preços divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para a gasolina A são uma boa referência. Cada importador tem preços diferentes, esse é o principal ruído em termos de comunicação, comentou.
Para o segundo semestre, Mastella disse que é difícil fazer um panorama de preços, mas que o cenário esperado é de manutenção, especialmente no diesel, de ficar no mesmo nível ou até mais forte, por conta do inverno no hemisfério norte a menos que uma forte recessão aconteça, o que não parece que irá acontecer. “As paradas programadas das refinarias serão mantidas para o funcionamento seguro das operações”, acrescentou.
DIESEL
Mastella disse que ainda enxerga desafios ao fornecimento de diesel por conta do aumento da demanda no segundo semestre, guerra na Ucrânia, furacões no Caribe e paradas programadas de refinarias no Brasil, mas que houve evoluções. “Avaliamos nosso nível de estoque e antecipamos alguns pedidos de combustível no exterior, da mesma forma que fazemos com o petróleo estamos fazendo com os derivados, como é o caso do diesel”, disse o diretor.
PARADAS PROGRAMADAS
Rodrigo Costa Lima e Silva, em relação ao nível de utilização das refinarias, complementou dizendo que as campanhas têm prazos de cinco a seis anos, com foco em segurança, mas consideram demanda, carteira de produtos, que oscilam ao longo do ano. Considerando todas essas variáveis, observamos o segundo semestre com utilização de 99%, 94% das refinarias. Se considerarmos o impacto das paradas, a utilização cai para 85%, aproximadamente. Vamos buscar saturar as unidades de conversão dentro dessas taxas por conta das paradas programadas, disse o diretor de refino.
No segundo semestre, estão programadas paradas na Replan (43 dias, em agosto e setembro), Abreu Lima (28 dias), Regap (agosto e setembro), Repar (em outubro e novembro 43 dias na destilação e 15 dias em hidrotratamento), nas quais já está contemplado dentro dos percentuais de utilização informados, detalhou Silva.
Em plataformas, estão previstas 28 paradas em 60 plataformas, que estão definidas dentro da nossa previsão de produção, garantiu Fernando Borges. As 60 plataformas têm capacidade de produzir 3,6 milhões de barris de óleo equivalente. Assim como o carro para para manutenção, as plataformas também tem uma programação para atendimento às normas de segurança, troca de filtros”, observou.
Cynara Escobar / Agência CMA (Agência CMA)
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