O Ibovespa teve um desempenho sólido nesta quarta-feira, superando a marca dos 115 mil pontos antes da decisão de política monetária do Federal Reserve, o que não ocorria desde 17 de outubro.
Desde o início do dia, o Ibovespa já operava em alta, abrindo a sessão aos 113.156,70 pontos e, ao fim, mostrava um avanço de 1,69%, atingindo os 115.052,96 pontos. Esse movimento aconteceu na véspera de feriado para a B3, a bolsa de valores brasileira, mas com os mercados estrangeiros em pleno funcionamento. O volume de negociações alcançou R$ 25,1 bilhões.
No acumulado do ano, com o desempenho dessa sessão, o índice da Bolsa avançou 4,85%. Na semana, registrou um ganho de 1,55%, sendo o maior desde 26 de outubro, quando apresentou uma alta de 1,73%.
Powell fala sobre os Treasuries
O destaque do dia foi o momento em que o Ibovespa atingiu a máxima de 115.433,25 pontos, um ganho de 2,02%, superando os índices de Nova York, como o S&P 500 e o Nasdaq. Essa movimentação aconteceu após a decisão do Federal Reserve e a entrevista coletiva do presidente do BC americano, Jerome Powell.
Powell reconheceu que o aumento dos rendimentos dos Treasuries longos poderia afetar as futuras decisões sobre juros nos Estados Unidos, o que influenciou os mercados. Ele destacou a importância de observar as condições financeiras e afirmou que o gráfico de pontos não é uma promessa, enfatizando a atuação cautelosa do BC dos Estados Unidos.
Desempenho das ações no mercado brasileiro
No mercado brasileiro, ações de primeira linha mantiveram um sinal positivo ao longo do dia. Petrobras ON e PN fecharam em alta de 1,16% e 1,09%, respectivamente, enquanto Vale ON subiu 1,91%. Entre os grandes bancos, o Itaú registrou um ganho de 1,42% no encerramento. As maiores altas do Ibovespa ficaram por conta de Locaweb (+10,29%), CVC (+8,73%) e Carrefour Brasil (+7,80%). Na outra ponta, as maiores quedas foram de RaiaDrogasil (-3,76%), Pão de Açúcar (-1,66%) e Natura (-1,33%).
Fed mantém taxas e avalia riscos
A decisão do Federal Reserve de manter as taxas de juros nos EUA entre 5,25% e 5,50% ao ano era amplamente esperada. No comunicado, o Fed destacou o crescimento da atividade econômica no terceiro trimestre e a continuidade da criação de empregos, mas também mencionou a manutenção da inflação em níveis elevados, mostrando preocupação com os riscos inflacionários.
Próximos passos no mercado financeiro
A entrevista coletiva de Powell gerou discussões sobre a trajetória das taxas de juros nos EUA e a possibilidade de aumentos futuros.
No final da tarde, os investidores voltaram as atenções para a decisão do Comitê de Política Monetária brasileiro, o Copom, que cortou a taxa básica de juros, a taxa Selic, em 0,5 pp, para 12,25% ao ano.
Para a economia brasileira, a expectativa é de que o ciclo de queda da Selic seja finalizado no primeiro semestre de 2024, com uma taxa de 10% ao ano. A decisão do Copom será influenciada por diversos fatores, incluindo o cenário geopolítico internacional e a recente escalada nos rendimentos dos Treasuries.
Análise da produção industrial
Os investidores também seguem atentos à avaliação do BC brasileiro sobre os riscos para a inflação e a política fiscal do país, além de observar os movimentos do mercado internacional. A produção industrial de setembro, divulgada pelo IBGE, mostrou um quadro desafiador para a indústria brasileira, com avanços apenas em setores específicos.
Com informações do Broadcast
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