O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do FGV IBRE subiu 2,7 pontos em dezembro, para 88,0 pontos, após cair nos últimos dois meses. Em médias móveis trimestrais, o índice recua 0,3 ponto, para 87,3 pontos após subir nos últimos cinco meses.
“Após dois meses de queda, a confiança dos consumidores sobe recuperando parte das perdas sofridas. A melhora da confiança reflete um aumento do otimismo em relação aos próximos meses, principalmente das famílias de menor poder aquisitivo que vem se mantendo mais endividadas e sofrendo mais com os efeitos da inflação e taxa de juros elevada. As avaliações sobre o momento ainda se mantém estáveis mas com piora na percepção sobre o mercado de trabalho, o que gera cautela na intenção de compras no curto prazo. O ano fecha com um saldo positivo e zera as perdas acumulada nos últimos dois anos mas é necessário um grande caminho para que a confiança volte superar o nível neutro estimulando o consumo”, afirma Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora das Sondagens.
Em dezembro, a alta do ICC foi influenciada pela melhora das expectativas em relação aos próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA) se manteve estável ao variar 0,1 ponto, para 70,9 pontos, enquanto o Indice de Expectativas (IE) avançou 4,3 pontos, para 100,3 pontos, alcançando o melhor resultado desde dezembro de 2019. Entre os quesitos que compõem o ISA, houve piora da satisfação das famílias sobre a situação econômica, e melhora nas avaliações sobre as finanças pessoais no momento.
O indicador que mede as percepções sobre a situação financeira das famílias subiu 2,7 pontos, para 63,6 pontos. Enquanto o indicador que mede a satisfação sobre a situação econômica recuou 2,7 pontos, para 78,8 pontos e chega ao seu pior resultado desde julho de 2021 (77,9 pontos). Entre os quesitos que compõem o ICC, o que mais contribuiu para a alta no mês foi a situação financeira das famílias nos próximos seis meses.
O indicador avançou 12,5 pontos, para 105,0 pontos, maior patamar desde fevereiro de 2019 (105,0 pontos) e recupera as perdas sofridas nos últimos dois meses. O indicador que mede o grau de otimismo com a situação econômica geral subiu 4,5 pontos para 115,1 pontos devolvendo a queda observada no mês passado. Na contramão, a intenção de compra de bens duráveis continua instável e caiu 4,7 pontos para 80,8 pontos.
A análise por faixa de rendas, mostra uma compensação de parte das perdas sofridas nos últimos dois meses nas faixas de renda mais baixas. A avaliação dos consumidores de menor poder aquisitivo sobre a situação financeira das famílias voltou a subir após a forte queda observada no mês passado. Para as classes de renda mais alta, os consumidores mantêm o índice em patamar mais elevado, embora ainda abaixo do nível neutro de 100 pontos.