Na última sessão de outubro, os juros futuros não encontraram uma tendência clara, oscilando ao longo do dia. No fechamento, um viés de alta prevaleceu, com exceção da ponta curta.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 passou de 11,126% para 11,080%, enquanto a do DI para janeiro de 2026 aumentou para 11,04% de 11,03%. Já a taxa do DI para janeiro de 2027 avançou de 11,20% para 11,22%, e a do DI para janeiro de 2029 subiu de 11,58% para 11,59%. No mês, a ponta curta abriu em torno de 25 pontos, enquanto os DIs de médio prazo saltaram 45 pontos, em relação ao fechamento de setembro, e os longos acumularam ganho de cerca de 30 pontos.
Correção após declarações de Haddad
O mercado ensaiou uma correção após as recentes declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a meta fiscal, que ainda permanece em risco. Além disso, o comportamento mais neutro da curva dos Treasuries contribuiu para essa trégua. As taxas fecharam o mês acumulando alta em todos os vértices, com destaque para o trecho intermediário.
Profissionais da área de renda fixa destacam que a dinâmica do mercado envolveu correções técnicas, ajustes de posições típicos de fim de mês e devolução de excessos relacionados às declarações de Haddad. A percepção de que a meta de zerar o déficit primário em 2024 não deve resistir permanece, mas a credibilidade do ministro está em reconsideração.
Eduardo Velho, sócio e economista-chefe da JF Trust, avalia que o mercado reagiu de forma exagerada às declarações de Haddad e que isso não implica o término dele como ministro. O mercado se incomodou com a falta de defesa contundente da meta zero por parte do ministro, mas circulam informações de que a alteração da meta para déficit de 0,25% ou 0,50% é o cenário mais provável.
Foco em aumentar receitas
Em reunião no Planalto, o presidente Lula e seus aliados discutiram a necessidade de aprovar projetos no Congresso que aumentem as receitas do governo. Lula indicou que pode alterar a meta fiscal para evitar contingenciamento de despesas.
Desafios dos fundos multimercados
Felipe Beckel, sócio-gestor e estrategista de renda fixa da Garin Investimentos, destaca que o mês foi desafiador para os fundos multimercados, que possuem renda fixa e câmbio em suas carteiras. Nesse cenário, os fundos preferem operar no curto prazo.
Expectativas para o copom
Com as apostas em um corte de 0,5 ponto percentual, a atenção se volta ao comunicado do Copom e à sinalização sobre os próximos passos do ciclo, bem como às considerações sobre os impactos dos juros longos nos EUA e a escalada do risco fiscal doméstico.
Com informações do Broadcast
Imagem: Piqsels