O saldo total da carteira de crédito em novembro deverá registrar avanço de 1,5%, com bom desempenho tanto no segmento voltado às famílias quanto na carteira direcionada às empresas, marcando o 10º avanço mensal seguido no ano, revela a Pesquisa Especial de Crédito da Febraban. O crescimento do mês deverá ser influenciado pela melhora do mercado de trabalho, das transferências de recursos do governo (Auxílio Brasil) e ainda pelas promoções da Black Friday, que aumentam as vendas no varejo.
No resultado anual, diz estudo, o ritmo de expansão deve seguir se normalizando, com recuo de 15,8% em outubro para 15,3% em novembro, devido à elevada base de comparação e da política monetária restritiva (alta da Selic), embora em um patamar elevado, acima dos dois dígitos.
A Pesquisa de Crédito da Febraban é divulgada mensalmente como uma prévia da Nota de Política Monetária e Operações de Crédito do Banco Central e as projeções são feitas com base em dados consolidados dos principais bancos do país, que representam de 37% a 88% do saldo total do Sistema Financeiro Nacional, dependendo da linha, além de outras variáveis macroeconômicas que impactam o mercado de crédito.
Em novembro, a carteira voltada às pessoas físicas deve crescer 1,6%, liderada pelas operações com recursos livres (+1,8%), puxadas especialmente pelas linhas atreladas ao consumo, como o cartão de crédito. Na carteira direcionada, o crescimento deve ficar em 1,3%. Apesar do bom resultado, o ritmo de expansão anual do crédito às famílias deve recuar para 18,7% (ante 19,7% em outubro), mas ainda em patamar bastante alto, liderando o crescimento do crédito no ano.
O crédito às empresas, por sua vez, deve expandir 1,3% no mês, com ligeira aceleração no ritmo de expansão anual, de 10,4% para 10,6%. A carteira livre (+1,5%) deve ser favorecida pela sazonalidade positiva das linhas de fluxo de caixa e pelas compras de final de ano, enquanto a carteira direcionada (+1,0%) deve seguir impulsionada pelos programas públicos.
CONCESSÕES
De acordo com a Pesquisa Especial de Crédito, as concessões devem crescer 3,8% em novembro, mantendo o volume acima dos R$ 500 bilhões mensais, um valor historicamente alto, mesmo quando corrigido pela inflação. No acumulado em 12 meses, o volume deve permanecer elevado, com expansão de 22,1% (ligeira desaceleração ante outubro, quando ficou em 23,2%), sinalizando que a injeção de crédito na economia tem se mantido expressiva, mesmo sob condições financeiras restritivas.
As operações com recursos livres deverão ser o destaque do mês, com alta de 5,8%, impulsionadas pelas compras de final de ano, impactando positivamente tanto a carteira pessoa física quanto a carteira pessoa jurídica.
Já as operações com recursos direcionados devem mostrar uma retração importante (-10,2%), novamente refletindo a acomodação do volume de desembolsos relacionados aos programas públicos de crédito, tanto para pessoa jurídica (Pronampe e PEAC-FGI), quanto para a pessoa física (Plano Safra), após atingiram o pico nos meses anteriores.
Os números oficiais sobre o desempenho das operações de crédito em novembro serão divulgados pelo Banco Central no próximo dia 27.
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Imagem: Piqsels