Nem o título de maior ressegurador do Brasil e o monopólio do mercado por 70 anos fizeram o IRB superar as diversas polêmicas em que se envolveu desde o início da pandemia de Covid-19. Apenas nos últimos 12 meses, o ressegurador perdeu R$ 5 bilhões em valor de mercado.
A desvalorização das ações IRBR3 nos últimos 12 meses levaram o preço de mercado do IRB de 7,4 bilhões para R$ 2,4 bilhões, em uma queda vertiginosa.
Os resultados considerados ruins divulgados pela empresa consecutivamente vêm tirando o sono dos acionistas que têm os papéis IRBR3 na carteira. Desde a última divulgação, na semana passada, as ações já caíram mais 11%.
Se considerarmos quem investiu no IRB logo antes da pandemia, a perda já ultrapassa os 95%.
Mesmo após tamanha desvalorização, corretoras como UBS BB, Credit Suisse e Genial recomendam a venda das ações. Safra e BTG Pactual mantêm recomendação neutra.
Além dos impactos do coronavírus, uma fraude milionária para pagar “bônus” e uma rede de mentiras para acalmar o mercado chacoalharam o mercado.
Mentiras e buracos
A luz amarela sobre desvios na IRB Brasil RE acendeu quando a gestora Squadra divulgou cartas questionando a contabilidade da companhia.
O caso foi polêmico, pois a Squadra tinha montado uma posição vendida (“short”), se beneficiando da queda dos papéis. Mas chamou a atenção para a gestão da companhia.
Logo depois, as ações tiveram uma alta com a divulgação, pelo jornal O Estado de S.Paulo, que a empresa do megainvestidor Warren Buffet iria comprar uma fatia da resseguradora.
A notícia foi logo desmentida pela própria Berkshire Hathaway e os preços despencaram. E o sinal, que estava amarelo, ficou vermelho.
Nesta sexta-feira (26/6), a empresa afirmou que a investigação interna “identificou os responsáveis pela disseminação de informação inverídica” sobre a participação da empresa de Warren Buffet na IRB.
O documento diz ainda que a companhia “tomará as devidas providências legais a fim de se ressarcir de todos os prejuízos que lhe foram causados por condutas irregulares cometidas pelos indivíduos envolvidos”.
Imagem: divulgação