Os índices futuros americanos abriram instáveis e as bolsas europeias em alta. Às vésperas da Super Quarta (1), quando o Comitê
Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) e o Comitê de Política Monetária (Copom) decidirão a nova taxa de juros, o mercado não vê espaço para possíveis surpresas, ou seja, a decisão deverá ser a manutenção da taxa nos EUA e a queda de 0,50 ponto percentual no Brasil.
Em suas últimas declarações, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte americano) Jerome Powell, deixou claro que os juros não devem cair tão cedo diante da inflação ainda persistente e do mercado de trabalho aquecido. No mês passado, a ata do Fomc apontou que as taxas devem chegar a 5,6% até o fim do ano, com pelo menos mais um aumento de 0,25 ponto percentual nos juros.
A semana também trará os números do mercado de trabalho nos EUA, com a divulgação do relatório Jolts de setembro, que traz a abertura de vagas e a oferta de mão de obra no país, e o relatório de empregos payroll de outubro.
Por aqui, além da precificada queda em novembro, analistas acreditam que uma nova redução, da mesma magnitude, também deve ocorrer em dezembro. Com isso, a taxa Selic encerraria 2023 em 11,75%. Ontem, o boletim Focus com as previsões de instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central do Brasil apontou manteve a expectativa da Selic a 11,75% neste ano, e elevou a perspectiva para 2024, passando de 9% para 9,25%.
Na manhã de hoje, em decisão unânime, o Banco do Japão (BoJ) manteve inalterada sua política monetária, de deixar os juros a -0,1% e o dos rendimentos de títulos a 0%. Na China, A Federação Chinesa de Logística e Compras (CFLP, da sigla em inglês), divulgou o seu PMI (Purchasing Managers Index, ou índice de gerentes de compras) do setor industrial em outubro, que caiu para 49,5 pontos. Em setembro, o índice havia registrado 50,2 pontos. Já o PMI do setor de serviços caiu para 50,6 pontos. Em setembro, o índice havia registrado 51,7 pontos.
Em Brasília, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ontem que o governo não está sabotando a meta de zerar o déficit em 2024, mas sim enfrentando dificuldades devido a problemas de arrecadação herdados de governos anteriores.
Quando questionado sobre o comprometimento do governo com a meta fiscal de déficit zero, Haddad evitou responder diretamente. “A minha meta está estabelecida; vou buscar o equilíbrio fiscal de todas as formas que for melhor para o país”, afirmou o ministro.
O relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, deputado Danilo Forte (União-CE), disse na segunda-feira, 30, em entrevista à Globo News, que a Comissão Mista de Orçamento (CMO) deve votar até quarta, 1, o relatório preliminar do projeto, pré-requisito para abrir o prazo de emendas da proposta. O parecer final, segundo ele, deve ser apreciado pelo Congresso Nacional depois do dia 15 de novembro.
Hoje também será divulgada a PNAD Contínua Mensal de setembro. No trimestre móvel encerrado em agosto a taxa de desocupação foi a 7,8%. Projeções do banco Itaú apontam que o desemprego no Brasil deve terminar 2023 em 8,0%.
Imagem: Wikimedia Commons