Os juros futuros tiveram um dia agitado nesta segunda-feira (30), com o mercado reagindo às incertezas em relação à meta fiscal e às indicações para o Banco Central. O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não conseguiu tranquilizar os investidores sobre o compromisso de zerar o déficit primário em 2024, levando as taxas de contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) a subirem significativamente.
A taxa do contrato DI para janeiro de 2025 fechou em 11,155%, representando um aumento em relação ao ajuste de sexta-feira, que estava em 10,977%. A taxa do contrato DI para janeiro de 2026 também subiu, passando de 10,79% para 11,05%. O cenário continuou desafiador, com o DI para janeiro de 2027 atingindo 11,22%, em comparação com 10,94% no ajuste anterior, e o DI para janeiro de 2029 subindo para 11,60%.
Incerteza cresce com declarações do Presidente Lula
A declaração do Presidente Lula na sexta-feira, sugerindo que a meta de primário “não precisa ser zero,” causou turbulências nos mercados. O mercado estava esperando que o Ministro Haddad reforçasse o compromisso com a meta fiscal, mas em sua coletiva de imprensa, Haddad não conseguiu fornecer garantias concretas. Ele apresentou alternativas para buscar o equilíbrio fiscal, mas evitou confirmar a manutenção da meta de déficit zero.
Sinais de tensões políticas na entrevista do ministro Haddad
A falta de clareza nas declarações de Haddad gerou preocupações e levou a especulações sobre sua posição no governo. Sua resposta na primeira pessoa foi interpretada como um sinal de isolamento, e sua irritação durante a entrevista não passou despercebida. Analistas observam uma mudança significativa no relacionamento do Executivo com o Legislativo.
Impactos na precificação e projeções para a taxa selic
A incerteza se estendeu aos mercados de curto prazo, com impacto na precificação das apostas para o ciclo da Selic. Enquanto um corte de 50 pontos-base na taxa Selic nesta quarta-feira (1) já estava amplamente precificado, as projeções para o Copom de dezembro apontavam para uma possível desaceleração do ritmo.
Indicações para o Banco Central recebidas com alívio
Quanto às indicações para o Banco Central, a nomeação de Paulo Picchetti para a diretoria de Assuntos Internacionais foi bem recebida. Picchetti é um especialista em economia e um nome técnico para o Copom, o que trouxe alívio ao mercado. Ele é doutor em Economia pela University of Illinois e mestre em Economia pela USP, com especialização em econometria.
Rumo às mudanças no Banco Central
Na diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, o governo indicou Rodrigo Teixeira, um ex-funcionário do BC com experiência na prefeitura de São Paulo e no governo federal.
Com informações do Broadcast
Imagem: Piqsels