O dólar fechou esta sexta-feira (11) em queda de 0,47%, a R$ 5,87, após oscilar entre a máxima de R$ 5,9196 e a mínima de R$ 5,8180. O movimento refletiu o alívio no estresse global e a melhora no apetite por moedas de países emergentes, como o real.
Investidores seguiram vendendo a moeda americana e títulos do Tesouro dos EUA (chamados de Treasuries), em meio à percepção de que os Estados Unidos podem ser os maiores prejudicados pela escalada da guerra comercial com a China.
Dois indicadores reforçaram esse sentimento:
- O índice de sentimento do consumidor dos EUA, calculado pela Universidade de Michigan, veio mais fraco que o esperado.
- O índice de preços ao produtor (PPI) mostrou deflação em março, indicando menor pressão inflacionária no curto prazo.
Com isso, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas fortes, caiu abaixo dos 100 pontos, atingindo a mínima de 99,014 pela manhã.
Inflação projetada preocupa
Apesar da deflação no mês, a expectativa de inflação para os próximos 12 meses subiu para 6,7% — maior nível desde 1981. Isso gera incertezas sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed), que pode ser forçado a cortar juros.
Segundo a ferramenta de monitoramento do CME Group, mais de 80% dos investidores já apostam em um corte de juros pelo Fed em junho.
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Escalada da guerra comercial
O clima de incerteza se agravou após a China anunciar a elevação de tarifas de importação para produtos dos EUA, de 84% para 125%. A medida é uma resposta à decisão americana de aplicar taxa de 145% sobre produtos chineses.
Em declaração à imprensa, a secretária de Comunicação da Casa Branca, Karoline Leavitt, reconheceu o impacto da retaliação chinesa, afirmando que os EUA “levaram um soco”, mas manteve o tom otimista sobre um possível acordo comercial.
Commodities ajudam moedas emergentes
A valorização de mais de 2% no preço do petróleo também deu suporte às moedas de países exportadores de commodities, como o Brasil.
O real e outras moedas latino-americanas, que vinham sofrendo nos últimos dias, conseguiram se recuperar durante a tarde, com a redução do estresse nos mercados e maior busca por ativos de risco.
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