O dólar fechou esta quarta-feira (16) em queda de 0,42%, cotado a R$ 5,86. A intensificação da disputa comercial entre Estados Unidos e China voltou a afetar os mercados internacionais, provocando uma nova rodada de queda da moeda americana no exterior.
Apesar do recuo no mercado global, o real teve desempenho inferior ao de outras moedas emergentes, com exceção do peso chileno.
A fraqueza da moeda brasileira pode estar relacionada a fatores técnicos e preocupações fiscais internas, especialmente após a divulgação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025.
Tensões geopolíticas influenciam o mercado
As quedas nas bolsas de Nova York foram impulsionadas por novas restrições dos Estados Unidos à exportação de chips das empresas Nvidia e AMD para a China. A medida foi uma resposta à proibição chinesa de entregas de jatos da Boeing para companhias aéreas do país.
Em meio ao cenário tenso, um dado positivo foi divulgado: o Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 5,4% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2024, superando a expectativa de 5,1%. O resultado animou os investidores e favoreceu moedas de países emergentes.
Fatores externos dominam o câmbio
Em entrevista ao Estadão Broadcast, Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ouribank, disse que o comportamento do câmbio reflete principalmente o cenário externo. Outras moedas da América Latina também se valorizaram diante do dólar.
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O índice DXY — que mede a força do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes — caiu para 99,174 pontos, pressionado pela baixa dos juros dos Treasuries (títulos do governo dos EUA) após discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell.
Powell vê inflação mais alta com tarifas
Powell alertou que as tarifas impostas no atual conflito comercial são mais elevadas do que o esperado. Segundo ele, isso pode provocar inflação mais alta e crescimento econômico mais lento.
Embora espere que o aumento da inflação seja temporário, o presidente do Fed reconheceu que o impacto pode ser mais duradouro.
Fluxo cambial segue positivo em abril
O Banco Central informou que o fluxo cambial da semana entre 7 e 11 de abril foi negativo em US$ 235 milhões, puxado pela saída de recursos no canal financeiro. No entanto, o mês de abril ainda apresenta superávit de US$ 2,669 bilhões, graças ao saldo positivo no comércio exterior.