O dólar fechou esta segunda-feira (28) em queda de 0,7%, a R$ 5,65 — menor valor de fechamento desde 3 de abril. A apreciação do real ocorreu em contraste com a desvalorização de outras moedas latino-americanas, como o peso mexicano e o chileno, em um cenário global de menor apetite ao risco.
Operadores apontam que o real foi beneficiado por um fluxo pontual de recursos estrangeiros para a bolsa de valores e para a renda fixa local.
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Além disso, declarações do presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, reforçaram a percepção de que a taxa Selic — atualmente em um nível considerado contracionista — pode permanecer elevada por mais tempo.
Nos últimos sete pregões, a moeda americana acumula desvalorização de 4,11%. No ano, a queda é de 8,1%.
Dólar perde força globalmente
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar contra uma cesta de seis moedas fortes, como euro e iene, também recuou e voltou a romper o nível de 99,900 pontos.
Em abril, o dólar acumula queda de mais de 5% no exterior, em meio a incertezas sobre a política econômica dos Estados Unidos e a postura errática do governo americano.
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Em entrevista ao Estadão Broadcast, Leonardo Monoli, diretor de Investimentos da Azimut Wealth Management, observou que a diversificação dos investimentos para fora dos EUA beneficiou tanto moedas fortes quanto emergentes, como o real.
Apesar da valorização recente, Monoli alerta que moedas de países emergentes continuam vulneráveis a episódios de aversão ao risco global.
O impasse nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China permanece como um fator de incerteza no mercado. Autoridades americanas demonstraram otimismo em acordos com Japão e Coreia do Sul, mas afirmaram que as tratativas com a China são mais complexas.
Já o governo chinês negou avanços nas negociações recentes e criticou a postura americana de ameaças e pressões.
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Cenário interno e política de juros
Internamente, após sinais mais “dovish” — ou seja, mais inclinados a reduzir juros — de diretores do Banco Central, a fala de Galípolo trouxe tom mais cauteloso, reforçando o compromisso com o controle da inflação.
Ele afirmou que o BC ainda avalia se a Selic atual é suficiente para garantir a convergência da inflação para a meta estabelecida.