O mês de abril foi positivo para os ativos brasileiros, com valorização da Bolsa, queda nos juros futuros e leve recuo do dólar. O Ibovespa fechou o mês com alta de 3,69%, enquanto o IFIX, índice de fundos imobiliários, subiu 3,01% — ficando próximo de bater sua máxima histórica. Maio inicia com os olhares voltados para a “super quarta”, com definição de juros no Brasil e nos Estados Unidos.
No último mês, o contrato de Depósito Interfinanceiro com vencimento em 2035 (DI35), usado como referência para os juros de longo prazo, recuou 6,68%.
A análise é de Sergio Ricciardi, sócio da Wiser | BTG Pactual, no novo episódio do podcast Perspectivas da Semana. Ele aponta que o recuo nas taxas de juros de longo prazo beneficiou ativos de maior duration, como ações e títulos públicos indexados à inflação.
Confira a análise na íntegra abaixo:
Mercado americano teve volatilidade
Nos Estados Unidos, o S&P 500 caiu 0,76% na última semana de abril, mas encerrou o mês com ganho de 2,92%. O movimento foi marcado por volatilidade, com o índice chegando a cair mais de 5% no mês antes de se recuperar.
Segundo Ricciardi, esses momentos de correção (conhecidos como drawdowns) foram aproveitados para ampliar posições em renda variável americana.
Copom e Fed definirão juros na Super Quarta
A semana que se inicia tem agenda econômica mais leve, com atenção voltada para dados de inflação e produção industrial no Brasil e na China. A principal expectativa está nas decisões de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Federal Reserve (Fed), previstas para a quarta-feira (7).
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Para o Brasil, as opções de mercado indicam 74,75% de chance de alta de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, atualmente em 14,25% ao ano. Nos Estados Unidos, a probabilidade de manutenção da taxa entre 4,25% e 4,50% chega a 96%, segundo os contratos futuros.
Mudança na projeção de juros nos EUA
A curva de juros americana sofreu leve ajuste na última semana. A expectativa de que o Fed inicie os cortes em abril de 2025 foi adiada para julho, indicando uma revisão para um cenário de juros elevados por mais tempo.
No Brasil, a queda nas taxas do DI35 foi um dos principais vetores de valorização dos ativos domésticos. A diminuição da percepção de risco e da inflação implícita contribuiu para esse movimento.
O dólar fechou abril com queda de 0,45%, enquanto os títulos do Tesouro americano registraram recuo de 1% no mês, refletindo menor apetite por risco externo.