Os maiores investidores institucionais do mercado brasileiro estão evitando a Bolsa de Valores — seus investimentos em renda variável estão no menor patamar dos últimos 5 anos. As EFPCs (Entidades Fechadas de Previdência Complementar) atingiram o patamar médio de investimentos em renda variável de apenas 12,2%, ou R$ 138 bilhões.
Em 2020, por exemplo, o aporte dos trilionários era de R$ 200 bilhões, mas agora, a maior parte do dinheiro está na renda fixa, com investimento médio de 79,2% por parte das EFPCs.
Os dados são da Abrapp, a Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar, que começou a fazer o levantamento em 2018.
A renda fixa é conhecida por sua segurança, o que se casa com o modelo de negócio dos EFPCs, já que essas entidades têm que fazer pagamentos mensais aos aposentados que detêm cotas desses fundos. Logo, um investimento conservador e a longo prazo acaba sendo mais conveniente.
Com a Selic em patamares altos nos últimos anos, a valorização dos títulos públicos e privados tornou a renda fixa mais atrativa.
Então as notas de tesouro nacional com prazos mais longos se tornam o par perfeito para esses fundos, já que os ajudam a bater sua meta atuarial – que é a rentabilidade mínima necessária das aplicações financeiras, isto é, um valor que faça o investimento valer a pena.
Um levantamento da plataforma Yubb mostra que os investimentos mais buscados na internet (por todo tipo de investidor) no último mês foram os CDBs (Certificados de Depósito Bancário), títulos de renda fixa oferecido por instituições financeiras.
Investimentos mais buscados em setembro
Ordem dos mais buscados | Tipo de investimento |
1 | CDBs |
2 | LCIs e LCAs |
3 | Tesouro Direto |
4 | Fundos imobiliários |
5 | Ações |
6 | LCs e RDBs |
7 | Fundos multimercado |
8 | Debêntures |
9 | Fundos de ações |
10 | Criptomoedas |
Fonte: Yubb
Selic hoje
Desde o início do terceiro mandato do presidente Lula (PT), no começo deste ano, o governo tem pressionado o Banco Central pela redução da taxa básica de juros (Selic).
A taxa ficou em 13,75% ao ano desde agosto de 2022, o maior patamar desde 2016, quando o indicador atingiu a mesma marca. A redução da Selic só veio em agosto de 2023, quando o Copom a reduziu para 13,25%, queda de 0,50 ponto percentual.
Imagem: Piqsels