O Brasil está buscando no Paraguai a resolução para a alta do milho no mercado interno. Atualmente, é mais caro consumir milho plantado no território nacional do que importar do país vizinho.
Mesmo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) informando que a produção esperada de milho deve crescer mais de 30% em comparação com a safra do ano passado, os preços continuam a decolar.
O Brasil é o segundo maior país exportador de milho do mundo, gerando mais de US$ 7,3 bilhões positivos na balança comercial brasileira (OEC, 2019). Com a guerra na Ucrânia, sua principal competidora ficou prejudicada, e o Brasil não quer perder a oportunidade de exportar para controlar o mercado interno.
Com isso, vem a solução: importar do vizinho Paraguai. De acordo com a afirmação da socio-diretora da Das Agro, Esther Storch, em entrevista a Reuters, o milho paraguaio é cotado em torno de US$ 230 a US$ 235 dólares por tonelada, com frete de 5 dólares (para junho e julho).
Com o câmbio de hoje (R$ 4,75), a tonelada chegaria ao país por R$ 1.140, enquanto a tonelada brasileira é cotada a R$ 1.475, de acordo com o analista da S&P Global Gabriel Faleiros, citado pelo site Money Times.
Com isso, os frigoríficos do Sul do Brasil já estão elevando as importações do cereal para servir de ração, de acordo com analistas ouvidos pela Reuters.
Neste caso, a elevação da safra e a sobra de mais de R$ 300 para o mercado interno, dão margem de manobra para que o país possa exportar seu milho aos preços desejados, sem se preocupar com uma alta gigantesca no mercado interno e dá aos frigoríficos a oportunidade de diminuir seus custos e, caso esse valor chegue ao consumidor, diminuir o preço da carne.
Entretanto, os agricultores brasileiros têm reclamado dos altos custos da produção de milho no país. A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) calculou que o custo por hectare para a plantação da commodity deve aumentar quase 50% em relação a 2021.
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