O dólar comercial fechou em R$ 4,8710, com queda de 0,93%. A moeda perdeu durante toda a sessão, e refletiu o intenso fluxo estrangeiro na bolsa, na contramão do que foi observado globalmente nesta sexta.
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Segundo o economista-chefe do Banco Alfa, Luis Otavio Leal, “o movimento de hoje não é global, já que o dólar ganha de outras moedas, emergentes e desenvolvidas. A única explicação para isso é o fluxo estrangeiro, que torna o real e a bolsa descolados do que acontece lá fora nesta sexta”.
Rafael Mazzini, Head de Câmbio Wise /Boreal, afirmou que o real se beneficiou das movimentações do mercado chinês que, com o corte em taxas de juros habitacionais, acabaram por valorizar o mercado de commodities e, portanto, o real.
“O motivo da queda do dólar deu-se pela expectativa do reaquecimento da economia chinesa, após a divulgação de cortes de juros de referência para hipotecas, conforme tenta reanimar o setor habitacional e a economia, já que a perspectiva de apoio à demanda do país asiático elevou o preço de várias commodities, como o minério de ferro.”, afirmou Mazzini.
De acordo com a economista e estrategista de câmbio do Banco Ourinvst, Cristiane Quartaroli, “hoje estamos com maior apetite ao risco, depois de alguns dias ruins. As commodities continuam favorecendo os países exportadores de matéria-prima, e no caso brasileiro a privatização da Eletrobras é vista como algo positivo”.
Quartaroli, no entanto, vê a bonança com os dias contados: “A aproximação das eleições e a parte fiscal com o governo oferecendo reajustes a várias categorias preocupa”, ressalta.
Para o economista da Guide Investimentos, Victor Beyruti, “quando as notícias boas da China chegam, as emergentes ligadas às commodities, como o real, são favorecidas. Com os estímulos, as importações devem aumentar por lá”.
Beyruti entende, contundo, que o momento não é de euforia, mas de cautela: “A tendência ainda é mais negativa, com problemas no crescimento global e a pressão inflacionária que não mostra nenhum arrefecimento”, analisa.
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Paulo Holland / Agência CMA
Imagem: unsplash.com
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