O presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, disse a pouco, que o resultado recorde do primeiro trimestre 2022 não pode ser explicado apenas pelo aumento do preço dos combustíveis praticado pela companhia, mas “a uma combinação de fatores.”
No entanto, entre os fatores mencionados – o preço elevado da cotação do barril de petróleo no mercado internacional, a US$ 101, em média e a cotação do dólar – compõem a política de paridade de importação que define os reajustes de preços dos combustíveis da Petrobras desde 2016. O executivo também citou o aumento da eficiência operacional da companhia e a redução do endividamento para explicar que a melhora da produtividade e redução das dívidas justificam os ganhos da companhia e afastar a acusação de que estaria lucrando com o reajustes nos preços dos combustíveis.
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“Embora o preço do petróleo também estivesse no mesmo patamar em 2014, a Petrobras não teve o mesmo resultado. Tivemos uma redução da dívida de R$ 160 bilhões para R$ 60 bilhões, tivemos queda de custos de produção, com maior retorno para sociedade”, afirmou, citando a relação entre investimento e geração de emprego, pagamento de tributos, entre outras métricas.
“Acho que a preocupação do presidente do Jair Bolsonaro é pertinente, mas a companhia deve atuar como outras empresas do mercado. A Petrobras acompanha os preços de mercado, não repassa a volatilidade imediata, mas ajustes devem ser feitos para manter a saúde da companhia”, acrescentou, em entrevista concedida a jornalistas na tarde desta sexta-feira.
Em relação aos preços, o diretor de comercialização e logística da Petrobras Cláudio Mastella disse que não há limite para um novo reajuste, nem risco de desabastecimento e que só soube de informações relacionadas à defasagem de preços pela imprensa. “Aguardamos a estabilização de defasagem para implementar mudanças”, comentou, evitando responder quando a companhia anunciará novos reajustes.
A Petrobras está há 57 dias sem reajustar os preços do óleo diesel e da gasolina, que registram uma diferença média de 21% e a gasolina de 17%, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíves (Abicom).
“Vimos nossos concorrentes acompanharem a questão dos preços em planejamento de longo prazo e como isso é importante para manter a saúde financeira da companhia”, acrescentou o diretor financeiro Rodrigo Araújo.
Apesar de dizer que é sensível às questões sociais e ao impacto do preço dos combustíveis para a sociedade, a empresa disse que não irá revisar o seus investimentos previstos para o ano em ações de responsabilidade social, de R$ 300 milhões, que deverão beneficiar 4,2 milhões de pessoas, segundo o diretor de relacionamento institucional e sustentabilidade Rafael Chaves.
EXPLORAÇÃO
Segundo Fernando Borges, diretor de exploração e produção da companhia, a Petrobras obteve autorização do Ibama para realizar uma avaliação pré-operacional do bloco que possui no Amapá, onde possui 450 postos perfurados, e que a companhia está preparada para atender os requisitos ambientais do campo.
Em relação ao campo de Albacora, a Petrobras divulgou a assinatura do contrato mas que ainda não há condições de fazer uma tomada de decisão em relação à exploração.
Já a conclusão das atividades de interligação do FPSO Guanabara, cujo início da operação está previsto para maio, no campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos, o diretor de desenvolvimento da produção disse que “essa é a unidade mais complexa da Petrobras em operação, com capacidade de 180 mil barris de óleo e não teve nenhum atraso relevante”, disse João Henrique Rittershaussen.
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Cynara Escobar / Agência CMA
Imagem: Agência Petrobras
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