Os conflitos entre Israel e o Hamas, iniciados no fim de semana, alimentaram o cenário de tensões globais. Os juros elevados, a inflação em alta e a elevação dos preços do petróleo são reflexos diretos dos conflitos, aumentando ainda mais a volatilidade do mercado.
Na série “Perspectivas Econômicas da Semana” do canal Monitor do Mercado, o gestor de fundos de investimento da Titan Capital, traz os principais pontos que os investidores devem ficar de olho para não serem pegos de surpresa.
Na última semana, o mercado financeiro brasileiro enfrentou considerável volatilidade. O Ibovespa registrou uma queda de 2,06%, enquanto o dólar apresentou um aumento de 2,26%. O índice de fundos imobiliários (ifix) também não escapou, sofrendo uma queda mais acentuada de 1,12%.
Nesta segunda-feira (9), o Ibovespa futuro já opera em queda, alcançando os 114.000 pontos. O foco está nas crescentes tensões entre Israel e o Hamas, contribuindo para um ambiente instável nos mercados globais.
Indicadores importantes na semana
Apesar de uma semana mais curta no Brasil, teremos divulgações cruciais. A FIP liberará o IPC, e a FGV apresentará a primeira prévia do IGPM de outubro. Na quarta-feira, o IBGE trará o IPCA, com expectativas de elevação de 0,37%, segundo projeções de mercado.
Impacto internacional
Os índices futuros de Nova York também começaram a semana em queda devido aos conflitos entre Israel e o Hamas. Dow Jones (-0,41%), S&P (-0,50%), e Nasdaq (-0,61%) apresentam variações negativas. Na Europa, as bolsas mostram movimentos mistos.
Tensões geopolíticas refletem nos mercados
Os conflitos entre Israel e o Hamas, que já perduram por três dias, adicionaram um elemento de risco a um cenário já fragilizado economicamente. Com juros elevados e inflação em alta, a tensão geopolítica amplifica a volatilidade, afetando inclusive os preços do petróleo, que subiram quase 4% na última semana.
Mercado americano, desafios da Inflação e projeções
Nos EUA, o relatório de folha de pagamentos surpreendeu com um aumento de 336.000 vagas, quase o dobro das expectativas. Esses dados aumentam a incerteza sobre o controle da inflação nos EUA, influenciando as decisões do Federal Reserve em relação à taxa de juros.
As projeções indicam que a taxa de juros americana pode permanecer ou aumentar no final do ano. Atualmente, em 5,25%, há 64% de chances de manutenção e quase 32% de um aumento de 0,25 pontos percentuais. A possibilidade de um aumento de 0,5 ponto percentual no final do ano ganha força.
Curva de juros brasileira: Expectativas alteradas
No Brasil, a curva de juros tem experimentado grande volatilidade, apontando para uma taxa de 11,75% ao final do ano. A expectativa anterior, de 11,25%, foi ajustada devido ao aumento da curva. A perspectiva é de manutenção ou aumento na próxima reunião do Copom.
No cenário nacional, as projeções do relatório Focus permanecem semelhantes à semana anterior. O IPCA mantém-se em 4,86%, enquanto o PIB projeta uma alta de 2,92%. A taxa câmbio se estabiliza em R$ 5, e a taxa Selic, agora em 11,75%, permanece alinhada com as expectativas da curva de juros.
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