A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou projeções otimistas para o cenário de crédito no Brasil, destacando um aumento na expectativa de crescimento para 2024. De acordo com a Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Febraban, realizada entre os dias 27 de setembro e 3 de outubro, os bancos agora preveem uma alta de 8,1% no crédito no próximo ano, em comparação com os 7,9% projetados em agosto. Para investidores, esses números sinalizam possíveis oportunidades no mercado financeiro.
Projeções de crescimento mantidas para 2023
Os bancos mantiveram sua projeção de crescimento de 7,6% no crédito no Brasil em 2023, comparado a 2022. Essa estabilidade nas projeções indica confiança no desempenho econômico atual.
Carteira direcionada em destaque
A revisão otimista para 2024 deve-se principalmente à projeção mais alta para a carteira direcionada, na qual os recursos são concedidos com destinação específica. A expectativa de crescimento para 2024 passou de 6,9% para 7,8%, enquanto na carteira livre, a projeção caiu ligeiramente de 8,6% para 8,4% entre agosto e setembro. Para investidores, isso pode indicar um foco maior em setores específicos da economia.
Revisão positiva para o crédito livre
Em 2023, as projeções para o crédito livre também receberam uma revisão positiva, passando de 6,3% para 6,4%. Esse aumento é impulsionado pelas operações destinadas a empresas, com uma projeção de crescimento que subiu de 1,7% para 2,3%. A Febraban atribui parte dessa melhora à revisão dos dados de antecipação de faturas feita pelo Banco Central em agosto, que teve um impacto relevante na carteira livre de pessoa jurídica.
Carteira direcionada para pessoas físicas
No entanto, na carteira direcionada, houve uma revisão ligeiramente negativa, com as expectativas de alta diminuindo de 9,3% para 9,2%. Isso foi influenciado principalmente pelo crédito para pessoas físicas, cuja projeção de crescimento passou de 10,6% para 10,2% em 2023. Investidores podem considerar essa tendência ao tomar decisões sobre investimentos em crédito.
Inadimplência e taxas de juros
A projeção de inadimplência para 2023 permaneceu em 4,9%, e a projeção para 2024 também se manteve estável em 4,5%. Essa estabilidade indica um cenário relativamente controlado no que diz respeito ao risco de crédito. Além disso, a queda das taxas de juros e a estabilidade da inadimplência são consideradas fatores positivos.
Selic e divergência de expectativas
As projeções para a taxa Selic indicam que ela encerrará 2023 em 11,75%, de acordo com o que o mercado tem precificado. Espera-se que o ritmo de redução de 0,5 ponto percentual a cada reunião do Copom continue até maio de 2024, quando a Selic chegaria a 10,25% ao ano. No entanto, os bancos divergem quanto à taxa Selic terminal, ou seja, no final do atual ciclo de cortes. Essa divergência pode criar oportunidades para investidores que desejam se posicionar de forma estratégica.
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