Agência Brasil
Em ata divulgada nesta terça-feira (10), o Copom alerta que o aumento da taxa de juros "cria um risco de desaceleração mais forte [da economia] que o antecipado nos trimestres à frente, quando seus impactos tendem a ficar mais evidentes".
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O trecho faz parte da 246ª Ata da Reunião do Copom, ocorrida na semana passada e divulgada hoje.
Na semana passada, o Copom elevou a taxa Selic para 12,75% ao ano. Esse foi o décimo aumento seguido da taxa básica de juros da economia.
O valor de 12,75% ao ano é o maior patamar para a Selic em mais de cinco anos. Em janeiro de 2017, a taxa estava em 13% ao ano.
De acordo com a ata do Copom, a inflação ao consumidor "segue elevada, com alta disseminada entre vários componentes, se mostrando mais persistente que o antecipado".
"As leituras recentes vieram acima do esperado e a surpresa ocorreu tanto nos componentes mais voláteis como nos mais associados à inflação subjacente. Nos itens mais voláteis, continua se destacando o aumento do preço da gasolina, com impacto maior e mais rápido do que era previsto", acrescentou.
Porém, o BC tentou minimizar o impacto da inflação no país no decorrer do documento. Para o órgão, os indicadores de atividade econômica "indicam um crescimento em linha com o que era esperado pelo Comitê".
"O mercado de trabalho segue em recuperação e indicadores relativos ao comércio e à indústria apresentaram melhora na margem [nas últimas semanas]", também pontuou.
Entretanto, a inflação segue em movimento de alta. O IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 1,73% em abril, chegando a 12% no acumulado de 12 meses.
Mesmo assim, o documento destacou: “Tal estratégia foi considerada a mais adequada para garantir a convergência da inflação ao longo do horizonte relevante, assim como a ancoragem das expectativas de prazos mais longos, ao mesmo tempo que reflete o aperto monetário já empreendido, reforça a postura de cautela da política monetária e ressalta a incerteza do cenário".
Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil